A polícia britânica concluiu que o funcionário David Fuller, abusava sexualmente de cadáveres nos hospitais onde trabalhava. Segundo eles os acaso aconteceram por "falhas graves" no estabelecimento. Fuller abusou de mais de 100 corpos de mulheres e meninas entre os anos de 2007 e 2020. Os casos aconteciam no hospitais da cidade de Kent.
Jonathan Michael, responsável pelo inquérito que investiga o caso, disse à imprensa britânica que "houve oportunidades perdidas para questionar as práticas de trabalho de Fuller". Ainda segundo Michael o caso dos abusos causou choque e horror em todo o nosso país e além".
Ao todo foram feitas mais de 17 recomendações para que "atrocidades semelhantes", possam ser prevenidas. Elas incluem: instalação de câmeras nos necrotérios, pessoas do serviço funerário sempre acompanhadas e que os cadáveres não sejam deixados fora dos frigoríficos durante a noite.
Natural de Heathfield, no condado de East Sussex, o funcionário trabalhou durante três décadas como supervisor de manutenção em hospitais da região. Ele acessava o local com um cartão magnético em horários sem funcionários ou vigilância. Somente em um ano, Fuller chegou a visitar o necrotério 444 vezes.
A idade dos cadáveres variava entre nove e cem anos. Em declaração ao Parlamento, a ministra da saúde, Maria Caulfield, disse: "Quero pedir desculpas profundamente em nome do governo e do NHS (serviço de saúde britânico), e assumir o compromisso de que lições serão aprendidas".
Ela continua: “Acolhemos com satisfação o relatório e garantimos que haja uma resposta completa às recomendações na primavera (do Hemisfério Norte) de 2024, e que as lições sejam aprendidas em todo o NHS, para que nenhuma família tenha de passar por essa experiência novamente", disse.
Outra parte da investigação sobre os abusos foi lançada em julho deste ano. Ela teve como base analisar a forma como cadáveres são tratadas no país, isso envolve as condições de necrotérios privados, ambulâncias privadas e agências funerárias. A consolidação do inquérito deve ser divulgada em 2024.