Três dias depois do massacre em Realengo, o corpo do atirador Wellington Menezes de Oliveira, 23, continua no IML (Instituto Médico Legal) Afrânio Peixoto, no centro do Rio, esperando reconhecimento. Se nenhum familiar aparecer para retirar o corpo até o dia 23 de abril, ele sera enterrado como indigente em Santa Cruz, outro bairro da zona oeste da cidade.
Wellington foi adotado ainda bebê. A casa onde viveu com a família em Realengo está abandonada, e a irmã postiça não foi encontrada. Vizinhos dizem que ela foi para Brasília, onde mora um irmão.
Em setembro do ano passado a mãe adotiva morreu, o que fez com que ele fosse morar em uma casa em Sepetiba, também na zona oeste.
Na carta que o atirador teria deixado, ele pede para ser enterrado junto com a mãe, além de indicar uma série de procedimentos para manipular seu corpo.
Entenda o caso
Na quinta-feira (7), por volta de 8h30, Wellington Menezes de Oliveira entrou na escola Tasso da Silveira, em Realengo, dizendo que iria apresentar uma palestra. Já na sala de aula, o jovem de 23 anos sacou a arma e começou a ameaçar os estudantes.
Segundo testemunhas, o ex-aluno da escola queria matar apenas as virgens. Wellington deixou uma carta com teor religioso, onde orienta como quer ser enterrado e deixa sua casa para associação de proteção de animais.
O ataque, sem precedentes na história do Brasil, foi interrompido após um sargento da polícia, avisado por um estudante que conseguiu fugir da escola, balear Wellington na perna. De acordo com a polícia, o atirador se suicidou com um tiro na cabeça após ser atingido. Wellington portava duas armas e um cinturão com muita munição.
Doze estudantes morreram --dez meninas e dois meninos-- e outros 13 ficaram feridos no ataque.
Na sexta (8), 11 vítimas foram sepultadas nos cemitérios da Saudade, Murundu e Santa Cruz. Já no sábado pela manhã, o corpo de Ana Carolina Pacheco da Silva, 13, o último a deixar o Instituto Médico Legal (IML), foi cremado no crematório do Carmo, no centro do Rio.