Em um caso semelhante ao ocorrido na Bahia, um menino de dois anos vive com cinco agulhas de costura dentro do corpo no interior do Maranhão. Os objetos foram detectados após a mãe, uma lavradora de 20 anos de São Vicente Ferrer (265 km de São Luís), levar o filho a um hospital. Ela disse que a criança havia caído de uma rede e chorava havia oito dias.
O menino ficou internado em estado grave em hospitais da cidade e de São Luís desde 10 de outubro até o início de dezembro. O caso chegou ao Ministério Público após os médicos examinarem radiografias da criança, que mostravam sete agulhas nas regiões torácica e abdominal, além de três costelas e uma clavícula quebradas.
Duas das agulhas --entre elas uma que havia perfurado o fígado-- foram retiradas. As outras foram mantidas porque as remoções trariam riscos à criança, que hoje está fora de perigo.
Uma decisão de quarta-feira de uma juíza de São Vicente Ferrer ordenou que a guarda da criança fosse retirada provisoriamente da mãe e que o caso fosse investigado.
Segundo o delegado Otto Seques, que entregou o menino aos avós paternos nesta quinta-feira (17), a mãe atribui as fraturas à queda e diz acreditar que as agulhas são fruto de magia negra. A lavradora disse não saber, no entanto, quem teria praticado os supostos rituais.
O delegado afirmou duvidar que a queda possa causar as fraturas. "Na pobreza de espírito e na ignorância dela, ela diz que é obra do desconhecido, do além. Quero saber o que são essas obras do além", afirmou Seques, que vai ouvir o pai da criança, que mora em outra casa, e os vizinhos, que cuidavam da criança na ausência da mãe.