A comunidade Vila Jerusalém, zona sul de Teresina, conta com um índice crescente de crianças e adolescentes envolvidos no mundo das drogas, dentre elas o crack. O medo de retaliações impediu que a fonte das informações se identificasse.
?São 15 crianças trabalhando em bocas de fumo. Além de vender, elas fazem arruaças à noite todinha. Tão formando uma gangue e esta gangue está prejudicando o futuro dessas crianças.Estão começando a guerrear entre outras gangues. Dois adolescentes é quem comandam a boca de fumo. Todos eles têm histórico de traficante de drogas?. Outra informação da mesma fonte é que a mulher que comanda as crianças é conhecida por Carol.
No bairro, são ao todo dez casas de propriedade dos traficantes utilizadas para o tráfico. Para o transporte da droga, que normalmente acontece à noite, é usado um cavalo que, segundo a fonte, foi roubado para esse fim. O animal é avistado por moradores indo e vindo fazendo o transporte da droga. Já a comercialização, feita pelas crianças, acontece à luz do dia nas portas das residências.
Para o capitão Abreu, da Polícia Militar, a prática de uso de menores pelos adultos é cada vez mais comum. São adolescentes que se tornam vítimas e acabam viciados que, mesmo detidos pela polícia, terminam por voltar à criminalidade.
?Nós temos percebido cada vez mais a inserção de um número cada vez maior de crianças nos pontos de venda. A gente percebe que eles são utilizados como transportadores de pequenas quantidades(de droga). Durante o dia eles fazem esse trabalho e, no final, o que recebem vão investir na compra de crack. A maioria deles é de viciados, infelizmente tem essa realidade, lamenta o capitão.
O delegado de Entorpecentes, Williame Morais, considera preocupante a situação e aponta as possíveis causas. ?Nós sabemos que os traficantes se utilizam de várias maneiras para comercializarem os seus produtos, que é a droga. Se e essas crianças estão fazendo essa comercialização é porque está faltando espaço ocupacional para esses meninos. Tem que ter colégio, lazer, família e religião.?
A omissão das autoridades competentes foi abordada também pelo delegado. ?O estado está ausente, a família está ausente e a sociedade organizada também está ausente?.
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