A polícia foi acionada depois que Tayane Orrico, mãe do pequeno Guilherme Gandra Moura, o menino que se tornou viral nas redes sociais depois de acordar de um coma de 16 dias, relatou ter tido seus perfis e o perfil do filho invadidos por criminosos que realizaram um golpe financeiro e enganando seus seguidores.
O caso chegou a ser registrado na 41ª Delegacia de Polícia (Recreio dos Bandeirantes) e agora está sendo investigado pela 50ª Delegacia de Polícia (Itaguaí), onde a família reside. O delegado Marcos Santana Gomes, encarregado das investigações, afirmou que é crucial divulgar o crime para que novas vítimas sejam preservadas. Agora, a polícia busca descobrir a quem pertence a conta bancária para onde as pessoas transferiram dinheiro, uma vez que algumas fizeram doações para os criminosos.
"O caso foi registrado nos últimos dias e estamos nas fases iniciais da investigação. Queremos descobrir em qual conta as pessoas depositaram as doações", disse o delegado.
Segundo ele, é importante que a família informe que existem pessoas afirmando serr parentes do menino e que as contas nas redes sociais permaneçam bloqueadas até que Tayane, proprietária dos perfis, consiga recuperá-los. Os criminosos invadiram o perfil da nutricionista e o perfil do filho no Instagram e no Facebook, fazendo postagens solicitando doações de dinheiro através de pix.
Os golpistas hackearam o WhatsApp da mãe do menino. A tia de Gui, Alessandra Orrico, relatou que conhecidos caíram no golpe e chegaram a fazer doações aos estelionatários. Tayane ressaltou, Na mensagem de alerta sobre o golpe, que os criminosos mencionaram a doença de Gui - epidermólise bolhosa, uma condição rara, autoimune, incurável e não contagiosa - ao solicitar dinheiro.
"Ficamos arrasados. Eles usaram a doença do meu filho, escreveram um texto pedindo dinheiro como se eu tivesse dito coisas como "juro pela doença dele" para obterem pix. Foi extremamente doloroso. Maliciosos. Eles tentaram convencer as pessoas usando isso. Estamos muito abalados", lamentou Tayane sobre as contas hackeadas.
Conrforme o delegado, os criminosos aproveitaram a repercussão de de um caso de grande e comoção nacional para cometer o crime, visando atingir o maior número de vítimas possível.
Segundo afirma Marcos Santana Gomes, "nesse tipo de golpe, até pessoas próximas podem ser enganadas. Os criminosos podem fazer uma postagem anunciando a venda de um móvel, por exemplo, e um amigo demonstra interesse e realiza a compra sem entrar em contato para confirmar se é realmente a pessoa. Em um caso como o de Guilherme, que gerou comoção nacional e onde é impossível contatar todos, é ainda mais fácil (para o golpe). Os criminosos não têm escrúpulos".
A polícia esclarerce que, em casos de contas e perfis hackeados, é fundamental registrar um boletim de ocorrência para que, em conjunto com as empresas responsáveis, sejam feitos os bloqueios e recuperado o acesso. Segundo o delegado, a polícia está disponível para auxiliar no processo, sendo que o pedido deve partir d próprio proprietário do perfil para que sejam todadas as devidas providências.