As duas últimas reféns, mantidas por dois criminosos em um casa na Asa Sul, no centro de Brasília, foram libertadas por volta das 15h45 desta terça-feira (14), dando fim ao sequesto que durou mais de seis horas na capital federal.
Os dois homens se entregaram, mas não ao mesmo tempo, e foram encaminhados à 1ª DP (Delegacia de Polícia). Quatro mulheres, entre elas uma grávida e uma freira, foram feitas reféns após uma tentativa frustrada de assalto por volta das 9h30. Ninguém ficou ferido.
No início da tarde, a primeira refém havia sido solta: Miriam Sartori, 26, grávida de um mês, filha de Carmem Sartori, 55, dona da casa invadida. A segunda vítima, uma freira, foi solta por volta das 15h30.
O trânsito na região foi interditado para veículos e pedestres. A energia elétrica na casa foi cortada para dificultar que os bandidos tivessem acesso às informações de fora. A polícia também proibiu TVs de fazerem imagens das negociações com os assaltantes, que pediram a presença de advogados no local.
Entenda o caso
Conforme informações iniciais da Polícia Militar, a intenção dos dois criminosos era fazer um assalto relâmpago. Eles abordaram primeiramente Guilherme Sartori, marido de Miriam Sartori, quando ele estava saindo da casa de carro. Dois pedreiros que estavam perto do local viram a ação e chamaram a polícia.
Ao verem a movimentação de policiais, os criminosos entraram na residência, deixando Guilherme do lado de fora e mantendo as quatro mulheres reféns --Miriam, suas duas filhas e uma freira amiga da família. A dupla estava com um revólver que ficou apontado para as vítimas.
Ainda de acordo com a polícia, os criminosos são conhecidos e têm antecedentes criminais. Um frei da igreja de Santo Antonio, frequentada pelas vítimas, chegou a ser chamado para ajudar nas negociações, mas não consegiu manter contato com os criminosos.
A interlocutora nas negociações foi a própria dona da casa, que falou com a polícia por um celular. Mais tarde, parentes dos dois assaltantes também foram levados ao local para ajudar.
Carros do Corpo de Bombeiros, um helicóptero da polícia e cerca de 80 homens trabalharam na operação. Vários deles ficaram posicionados em pontos estratégicos para uma eventual invasão. Havia também uma ambulância, assim como agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que, além do fechamento da rua, também evacuaram as casas vizinhas.
A socióloga Carine Gomes mora a duas casas do local do sequestro. Perto das 10h, ela tentou sair de casa, mas foi impedida pelos policiais. ?Às 10h, a quadra já estava fechada, não podia sair pela rua principal. Tinha muitos helicópteros e os policiais cercaram tudo?, disse, por telefone à reportagem.
Segundo ela, a situação da segurança pública em Brasília é caótica. A casa dela foi assaltada no ano passado. ?Acho que só depois que ocorrem problemas como esse é que as pessoas pensam em segurança. Acho que agora eles vão ter de fazer alguma coisa para melhorar a segurança da quadra?.