O ex-secretário de Turismo de Bariloche, Gastón Fernando Burlón, está em estado gravíssimo após ser baleado na cabeça ao entrar por engano no Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, região central do Rio de Janeiro, na tarde desta quinta-feira (12). Burlón, que atualmente é empresário e presidente da Associação Argentina de Viagens e Turismo de Bariloche, viajava com sua esposa, Nadia Loza, secretária de Turismo da província de Salta, e seus dois filhos.
A família seguia de carro para o Cristo Redentor quando o GPS os direcionou para a comunidade. Burlón estava em um Volkswagen Taos quando foi abordado por criminosos, que, segundo a Polícia Civil, seriam adolescentes. Os suspeitos teriam ordenado que o veículo parasse, mas Burlón acelerou. Em resposta, os criminosos efetuaram disparos, atingindo o ex-secretário no tórax e na cabeça.
Gastón foi socorrido e levado ao Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, onde permanece internado. A gravidade dos ferimentos impede a realização de uma cirurgia, e um projétil permanece alojado em sua cabeça.
Investigações e repercussão internacional
A Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat) está investigando o caso e já ouviu depoimentos dos familiares. Uma perícia foi realizada na comunidade do Escondidinho, no Morro dos Prazeres, onde os agentes recolheram um projétil. O veículo de Burlón chegou a colidir com o muro de uma casa antes de ser removido por equipes da Polícia Militar.
O incidente repercutiu amplamente na Argentina. O jornal La Nación destacou que o local do ataque fica a apenas 7 km do Cristo Redentor e 10 km de Copacabana. O Clarín enalteceu a longa trajetória de Burlón no turismo, enquanto o Río Negro lembrou que ele estava de férias no Rio com a família.
Histórico de violência contra turistas
Casos de violência contra turistas que entram por engano na comunidade não são inéditos. Em 2017, a argentina Natália Capetti foi baleada no local ao tentar chegar ao Cristo Redentor e faleceu após um mês internada.
Em 2016, dois italianos foram atacados ao entrar de moto na favela. Roberto Bardella, de 52 anos, morreu no local, enquanto seu primo, Rino Polato, sobreviveu após ser baleado. Os traficantes chegaram a mantê-los reféns por horas antes de liberá-los.
Esses episódios levantam questões sobre a segurança de turistas no Rio de Janeiro e a necessidade de melhorias nos sistemas de orientação por GPS, que frequentemente direcionam visitantes a áreas de risco.