Defesa alega doença e processo contra trio que comeu humanos em ritual está parado

Defesa pediu teste de sanidade mental, mas exames ainda não foram feitos.

Homem preso acusado de canibalismo. | Reprodução
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O processo contra o trio conhecido como ?canibais de Garanhuns? está parado na cidade do agreste pernambucano. A razão, de acordo com a 1ª Vara Criminal de Garanhuns, seria o pedido da defesa de Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 50 anos, para que ele seja submetido a um "incidente de sanidade mental" . O exame ainda não foi realizado. Enquanto o laudo não for concluído, o processo fica "congelado".

As outras acusadas, Isabel Cristina Pires Silveira, 50 anos, e Bruna Cristina Oliveira da Silva, 25,também passarão pela avaliação. Um dos motivos que embasaram a decisão da Justiça para que os três fossem submetidos à análise de peritos do HCTP (Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Pernambuco) foi a informação de que o trio frequentava um Caps (Centro de Atenção Psicossocial).

A 1ª Vara Criminal de Garanhuns confirmou que os exames das duas também não foram feitos, mas não justificou o motivo nem forneceu detalhes, já que o processo corre em segredo de Justiça.

Os peritos avaliarão se os três acusados apresentam distúrbios psíquicos. Posteriormente, os profissionais responderão aos quesitos formulados pelo magistrado, pelo Ministério Público e pelas partes envolvidas no processo.

O Código Penal brasileiro considera entre os inimputáveis, os portadores de doença mental severa. Pela lei, ?é isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento?.

A lei estabelece que os réus com distúrbios mentais sejam encaminhados para hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico.

Em Olinda, o trio responde a outro processo pelo assassinato da jovem Jéssica Camila da Silva Pereira. Como neste caso não foi apresentado pedido de incidente de sanidade mental, o processo corre normalmente.

Preso desde abril, o trio foi acusado pelas mortes de Jéssica, Giselly Helena da Silva e Alexandra Falcão da Silva. À polícia, eles relataram que eram integrantes de uma seita chamada Cartel, que tem como meta a purificação do mundo e o controle populacional, por isso as vítimas sempre eram mulheres.

Além de praticar canibalismo, os réus teriam usado carne das vítimas para rechear salgados comercializados em Garanhuns, no agreste de Pernambuco. Neste município, os três responderão pelos homicídios triplamente qualificado de Giselly e Alexandra, ocultação e vilipêndioa cadáver e furto.

Bruna e Jorge responderão ainda por estelionato, porque teriam usado o cartão bancário de Giselly. Bruna também foi denunciada pelo crime de falsa identidade, uma vez que se apresentou ao delegado, assumindo o papel de Jéssica, que seria a primeira vítima do trio, morta em Olinda, em 2008. Ela era a mãe da menina de cinco anos encontrada com os acusados.

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