O advogado de Eike Batista, Fernando Martins, disse que vai se reunir nesta sexta-feira (27/01) com representantes da Polícia Federal e com o Ministério Público Federal pra combinar a data de retorno do empresário ao Brasil. Segundo ele, Eike não pode ser considerado foragido, já que estava fora do Brasil a negócios e não podia prever a operação da PF.
O nome do empresário foi incluído na lista difusão vermelha da Interpol e é procurado. Eike Batista teria ido a Nova York a trabalho e o advogado se disse surpreso com a inclusão do nome dele na lista de procurados pela polícia internacional. Além disso, a PF investiga se Eike usou um passaporte de cidadania alemã pra deixar o país.
O dono do grupo EBX, virou alvo da Operação Eficiência após o MPF descobrir que ele pagou propina, no valor de US$ 16,5 milhões, ao ex-governador do RJ Sérgio Cabral em contas no exterior. Segundo a força-tarefa, Eike Batista é suspeito de pagar por facilitações pra fechar contratos públicos, embora a polícia ainda não tenha descoberto qual era o objetivo específico do pagamento.
A transação, feita por meio de um falso contrato de compra e venda de uma mina de ouro, foi denunciada à Justiça por dois doleiros que operavam para o ex-governador. Ao todo, o esquema investigado pela Eficiência ocultou mais de US$ 100 milhões fora do país.
O Ministério Público Federal pediu a prisão de dez pessoas. A Justiça atendeu nove desses pedidos. Além de Eike, ainda não foi preso Francisco de Assis Neto, conhecido como Kiko. O nome dele também deve ser incluído na lista de procurados da Interpol.
A PF também cumpriu quatro mandados de condução coercitiva. Entre eles, contra Suzana Neves, ex-mulher de Cabral, e Maurício de Oliveira, irmão mais novo do ex-governador.
Na operação de ontem, também foram apreendidos carros, entre eles uma Lamborghini, obras de arte, joias e aproximadamente R$ 100 mil.