O caso da morte do ex-gerente do Banco do Brasil de Miguel Alves - assassinado no roubo realizado no último dia 30 de abril - está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios. O delegado Igor foi escolhido para presidir o inquérito, mas prefere não gravar entrevista para a imprensa. Vários policiais civis já estão na cidade de Miguel Alves e eles irão apurar as mortes do ex-gerente do Banco do Brasil e dos três assaltantes.
O delegado Francisco das Chagas, o Bareta, confirma as primeiras movimentações em torno do caso. ?Hoje alguns policiais já vieram aqui pegar informações do caso e se deslocaram para a cidade de Miguel Alves para realmente proceder todo o ato investigatório. Evidentemente que toda a linha de investigação, todos os atos serão prestados pelo delegado que conduz o processo?, esclarece Bareta.
O delegado também tece comentários sobre os resultados periciais divulgados na mídia. ?Espero que a polícia técnica do Estado do Piauí em conjunto com a polícia civil como um todo, a partir do delegado de polícia e seus agentes, possam o mais breve possível dar a resposta necessária que a sociedade quer. Essas inconclusões geram dúvidas na população que passa a gerar especulações e isso não é bom para a sociedade e para a polícia que tanto recebe para servir à sociedade?, explica.
A polêmica que envolve as marcas encontradas no corpo do gerente causou desconforto no Instituto de Criminalística. O repórter Pedro Borges conversou pessoalmente com um dos médicos que atendeu a ação e examinou os corpos que chegaram naquela noite de Miguel Alves. Ele preferiu não gravar entrevista, mas garante que fez o exame cadavérico no corpo do ex-gerente do Banco do Brasil, mas até agora o laudo não foi divulgado. No entanto, todos os dados foram repassados para a Polícia Civil.
?Tudo que o delegado geral fala e a secretaria de segurança eles conversaram com a gente aqui, então nada foi solto?, declarou o médico legista. Quando indagado sobre ter sido falado ou não sobre o orifício encontrado no tórax que o corpo do ex-gerente apresentava o perito é categórico em afirmar que a polícia tinha conhecimento e que se isso não foi passado para a imprensa é porque a polícia não quis expor todas as informações do fato por não ser obrigada a mostrar todas as nuances do acontecido neste momento da investigação.
O orifício no abdômen da vítima não tinha sido divulgado pelo Delegado Geral, James Guerra, e após a divulgação da imagem foram levantadas várias dúvidas. A principal seria a de qual arma seria a responsável pelas perfurações que levaram o gerente à morte.
?O exame pericial foi feito por um médico e acompanhado por outro, como é de praxe. Esse estudo, como as demais perícias nenhuma delas foi concluída. Para o proprio laudo, existe um prazo de 10 dias para que seja feito. A polícia civil fez o exame cadavérico, fizemos um raio-X através do Hospital Getúlio Vargas e demos início à realização da perícia. Quanto às outras perícias, nós conseguimos outros profissionais de uma empresa montadora que tem sede aqui em Teresina e desmontamos 100% do veículo, parte por parte, com o objetivo de identificar quais locais foram alvejados e cápsulas que possam ser utilizadas. Quanto ao projétil que foi retirado do corpo da vítima, nós conseguimos dois fragmentos, pelo uso do raio-X e isso precisa ser submetido a um exame pericial um pouco mais complexo, como os fragmentos são pequenos, para que a gente possa tentar conseguir identificar o calibre que foi usado e para explicar a trajetória da bala de como a abordagem aconteceu. Faremos então uma reprodução similar. O orifício no abdômen vai ser explicado no laudo sobre qual foi a natureza daquele tipo de lesão, se é uma lesão decorrente de arma de fogo, se é decorrente de outro tipo de corte. Tudo isso ficará esclarecido com o laudo pericial que será apresentado pela Polícia Civil?, declara James Guerra.