A universitária Luiza Gomes, 19 anos, esteve na Delegacia de Delitos de Trânsito, em Vitória, na manhã desta quarta-feira (22), para dar explicações para o delegado Fabiano Contarato sobre o fato de ter dirigido após ingerir bebida alcoólica, sem habilitação, e ainda tentar "fumar" uma nota de R$ 50 e ligar o carro com um canudinho, na última sexta-feira (17).
A estudante chegou por volta das 10h30 e prestou depoimento por cerca de duas horas e meia. A jovem saiu sem falar com a imprensa. "Ela veio cumprir o papel dela como cidadã. Vai ser findada a investigação pelo delegado, vamos aguardar o inquérito finalizar e, se o Ministério Público achar conveniente, ele vai entrar com a denúncia", disse o advogado Alencar Ferrugini, que defende a estudante.
Segundo o delegado Fabiano Contarato, a jovem não colaborou com o interrogatório, se reservando o direito de permanecer calada. Mas ele afirma que isso não interfere nas provas consistentes que a polícia possui.
"Ela demonstrou estar extremamente abalada, emocionalmente afetada pelo fato, arrependida pelo que fez, mas não colaborou com o interrogatório. Ela se reservou o direito de permanecer calada em pontos importantíssimos. Mas as provas que a gente tem é o suficiente, que constatam que ela estava dirigindo sob efeito do álcool ou qualquer substância de efeito psicoativo, dirigindo sem ser habilitada, que foi a uma boate, que estava na direção do veículo. Mas ela não falou sobre a dinâmica do acidente", diz Contarato.
A mãe de Luiza também foi ouvida. "Ela nos informou que Luiza passa por tratamento psicológico e psiquiátrico devido a antecedentes emocionais. A mãe é divorciada e cuida de duas filhas. Ela disse que a família passou por fatos que abalaram a vida de Luiza", afirma o delegado.
Sobre o fato da mãe ter entregado o carro para a filha não habilitada, o delegado afirma que a mãe negou que tenha feito isso deliberadamente, mas que os fatos, por si só, são suficientes para indiciá-la por isso. "A mãe disse que por diversas vezes pediu para a filha tirar a habilitação e afirmou que Luiza chegou e entrar diversas vezes na auto-escola, mas nunca chegou a concluir e a tirar a CNH", diz.
Fabiano Contarato afirma que Luiza será indiciada criminalmente por dirigir sem habilitação, por crime de destruição de coisa alheia (porque ela acendeu uma cédula de R$ 50), e também pelo crime de exposição de perigo. O total do indiciamento é de cinco anos de prisão. A mãe dela também será indiciada por entregar veiculo automotivo para pessoa não habilitada.
O delegado informou que já entrou com medida cautelar e aguarda a decisão da Justiça para que proíba o Detran de emitir carteira de habilitação para Luiza, por entender que é um risco para a segurança dela e do sistema viário. "Ela pode matar ou morrer na direção", declara o delegado.