Delegado é morto com dois tiros na porta de casa; menor é suspeito

Euclides Batista de Souza foi baleado na cabeça e peito.

Quatro suspeitos pelo crime, sendo um menor, foram detidos | Reprodução
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A Polícia Civil de São Paulo trabalha com a hipótese de que o delegado Euclides Batista de Souza, do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), tenha sido morto por criminosos na noite de quarta-feira (29) em uma tentativa de assalto na porta de sua casa na Zona Leste da capital paulista. A informação foi confirmada ao G1 na manhã desta quinta (30) pelo delegado geral, Marco Carneiro Lima, e pelo delegado Jorge Carrasco, diretor do DHPP, que instaurou inquérito para apurar latrocínio (roubo seguido de morte). Apesar disso, nada foi levado da vítima.

Quatro rapazes, sendo um deles um adolescente, foram detidos pela polícia como suspeitos e estavam sendo averiguados na sede do DHPP, no Centro de São Paulo por volta das 11h. Nenhum deles confessou a participação no crime. Mesmo assim não foram liberados e continuavam sendo ouvidos.

As imagens das câmeras de segurança de imóveis vizinhos à residência onde o delegado assassinado morava estão sendo analisadas pela polícia. A investigação quer identificar os dois criminosos que tentaram roubar Souza. Elas gravaram a ação criminosa. As cenas ainda não foram divulgadas à imprensa.

?Tive informações de policiais que viram as imagens e me disseram que elas mostram uma tentativa de assalto. Dá para ver o momento em que o carro com os assaltantes passam em frente à casa do delegado, quando ele colocava seu automóvel na garagem, perto das 23h, e fechava uma parte do portão. Em seguida, o carro com os bandidos volta, os dois homens saem armados e anunciam o roubo. Em seguida, o delegado teria reagido, empurrando um dos criminosos. Quando ele tenta sacar a arma para reagir é baleado?, disse o delegado geral. ?É provável que os marginais quisessem roubar a casa do delegado?, acrescenta Lima.

Em entrevista coletiva nesta manhã, o diretor do DHPP, Jorge Carrasco, reafirmou que a morte do delegado Souza não foi uma execução. ?As imagens são claras de que foi anunciado o assalto?, disse Carrasco.

O diretor do DHPP afirmou que mobilizou a equipe da Divisão de Homicídios do departamento para tentar buscar a autoria do crime. ?Posso adiantar que os quatro suspeitos detidos não são os que aparecem nas imagens, mas mesmo assim continuarão aqui até termos certeza de que eles não tiveram outro tipo de participação no assassinato?, falou Carrasco.

Os quatro suspeitos foram detidos horas depois do crime, já no início da madrugada desta quinta-feira. Policiais do departamento chegaram até os rapazes depois de percorrerem hospitais da região em busca de pessoas feridas.

?Um dos detidos estava baleado na perna e contou que iria praticar um roubo com um comparsa numa moto, quando o amigo dele atirou sem querer na sua perna e ele foi buscar atendimento médico. Ele, entretanto, nega ter participado do assassinato do delegado, assim como os demais. Mas investigamos se algum desses quatro rapazes não teria dado cobertura aos dois homens que aparecem atirando no delegado?, disse Carrasco.

De acordo com o DHPP, os dois criminosos que aparecem na gravação das câmeras ainda não foram identificados. ?Mas a polícia está empenhada em esclarecer o caso e prender os responsáveis. Tão logo isso acontecerá?, afirmou Carrasco.

O crime

O delegado Euclides Batista de Souza tinha 53 anos, era casado, com filhos. Ele trabalhava como delegado titular da Divisão de Proteção à Pessoa do DHPP. Havia começado a carreira como policial militar e depois prestou concurso para ingressar na Polícia Civil.

Segundo a versão oficial apresentada pelo DHPP, o delegado Souza foi encontrado caído na calçada de sua casa por vizinhos de suas residências após escutar os barulhos dos tiros. Eles levaram o policial para o Pronto Socorro do Hospital Santa Marcelina, também na Zona Leste, onde a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu.

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