Delegado mostra cena do crime onde empresário foi morto a facadas pela esposa

Parentes e amigos de Renato defendem que o que aconteceu foi um homicídio cruel

Empresário morto a facadas pela esposa | G1
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Na madrugada do Dia dos Namorados, Alessandra D"Ávila Nunes, de 35 anos, matou a facadas o marido e pai de seu filho de 5 anos, Renato Biasotto Mano Junior, de 52 anos. O advogado e a família de Alessandra alegam legítima defesa. Parentes e amigos de Renato defendem que o que aconteceu foi um homicídio cruel e sem motivação.

Os dois lados só concordam em um ponto:

?Infelizmente, é quase uma crônica de uma morte já anunciada?, conta o advogado da família da vítima, João Mestieri. ?Isto é uma crônica de uma morte anunciada?, também afirma o advogado da acusada, Mário de Oliveira Filho.

Alessandra e Renato ficaram seis anos casados. Era o segundo casamento dela, e o terceiro dele. O relacionamento era nervoso.

?Eles brigavam, discutiam?, diz a irmã da vítima, Carla Correa Scott.

?Era uma relação bastante conturbada?, conta o advogado da família da vítima.

?O Renato era um homem extremamente agressivo quando bebia, violento, era um homem dominado por um sentimento de ciúmes?, afirma o advogado de defesa.

?Não permitia que ela trabalhasse e mantinha ela presa dentro de casa?, diz Marcos D?Avila Nunes, pai de Alessandra.

?O Renato tinha ciúmes de uma pessoa. Ela tinha insistentemente o vício de ficar no computador. Ele não gostava daquilo?, revela um amigo, Eduardo Pedrosa.

?A mãe disse para mim que falou pra ele: meu filho, larga esta mulher que um dia ela vai te matar?, contou um tio de Renato, Fredrik Engelhart.

Em 2006, Alessandra quebrou um copo na cabeça de Renato. Ele prestou queixa na polícia e declarou que "não era a primeira vez que era agredido pela mulher e que temia por sua vida por causa da agressividade da companheira?.

Na noite do crime, um casal de amigos esteve na casa de Renato e Alessandra, um amplo apartamento, de um por andar, de frente para o mar, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

?Nós dançamos lá, quer dizer, dançamos eu e ele de brincadeira, botou um forró lá. E nada mais, foi uma noite normal, totalmente normal?, disse um amigo, Eduardo Pedrosa.

O casal de amigos saiu às duas e meia da madrugada. Renato e Alessandra começaram a discutir. Na cozinha, ela lhe deu uma facada no rosto e outra no peito, segundo a perícia.

O delegado Carlos Augusto, da 16ª DP, que investiga o caso, mostrou ao Fantástico o apartamento onde ocorreu o crime. De acordo com ele, depois de esfaquear o marido, a acusada saiu pela entrada principal e colocou a faca, de forma cuidadosa, perto de uma televisão que fica na área comum do prédio.

Segundo o delegado, depois de esconder a faca, a acusada pegou o elevador e desceu. Ele explicou que, enquanto Alessandra descia, Renato saiu por uma porta completamente atordoado e ferido, e vai colocando as mãos de sangue em todos os locais. Para não perder tempo, ele desceu pelas escadas. Na garagem, Renato pegou o elevador e morreu na entrada principal do prédio.

A polícia não acredita na tese de legítima defesa, principalmente por causa de um telefonema de Alessandra. ?Ela ligou para um amigo e disse "olha eu não sei o que está acontecendo, o Renato ficou maluco está se esfaqueando". Ela não disse que agiu em legítima defesa, que golpeou o Renato. Ela disse "o Renato está se esfaqueando, ficou maluco"?, afirma o delegado.

Alessandra está foragida. Ao Fantástico, o pai, um cientista da USP de Ribeirão Preto, falou pela primeira vez sobre o que aconteceu.

"Ela avisou pra ele que queria se afastar da vida dele. Eu acho que esse foi o motivo que fez que ele reagisse dessa maneira, bebendo tanto e ofendendo-a. O marido era extremamente agressivo", disse o pai.

A irmã da vítima contesta. ?Completamente sem nexo, porque meu irmão nunca foi uma pessoa violenta, nunca, nunca".

"Ela se defendeu. E ela falou para, para, e ele não parou, e ele que avançou sobre a faca", disse o pai. "Se aconteceu isso é porque realmente excedeu todos os limites do ser humano?, ressaltou.

?É a lógica que ela vai tentar, o que ela pode para justificar um ato tão terrível desse, né?? diz a irmã da vítima.

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