Delegados indiciados ignoraram imagens importantes no caso Marielle, afirma a PF

O relatório aponta que, embora Giniton soubesse que Ronnie Lessa era um suspeito, não avançou na coleta de imagens da Avenida Lúcio Costa.

Delegados Rivaldo Barbosa e Giniton Lages, além do comissário Marco Antonio de Barros Pinto. | Reprodução/ Agência Brasil
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Imagens de câmeras de segurança que poderiam ter facilitado a identificação dos autores dos disparos do caso Marrielle Franco, não foram buscadas de propósito, segundo a Policia Federal (PF). A corporação apresentou um relatório complementar ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (9), acusando agentes da cúpula da Polícia Civil do Rio de Janeiro dificultarem as investigações sobre o assassinato da vereadora e de seu motorista, Anderson Gomes.

A PF ainda ratificou o indiciamento dos delegados Rivaldo Barbosa e Giniton Lages, além do comissário Marco Antonio de Barros Pinto, o Marquinhos. O relatório de 87 páginas revela que os três investigados tentaram ocultar os assassinos. A investigação de obstrução corre paralelamente ao inquérito que acusa os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão como mandantes e o delegado Rivaldo Barbosa como mentor dos assassinatos.

Documentos e celulares apreendidos em março foram analisados, e novos depoimentos, incluindo o do secretário de Polícia Civil Marcus Amim, foram ouvidos. Amim, que atuava como delegado, relatou que tentou oferecer sugestões a Rivaldo Barbosa após o crime, mas foi orientado a procurar Giniton Lages, que teria ignorado a importância das imagens de câmeras de segurança do percurso do carro dos criminosos.

FALTA DE IMAGENS

O relatório aponta que, embora Giniton soubesse que Ronnie Lessa era um suspeito, não avançou na coleta de imagens da Avenida Lúcio Costa. As imagens do Cobalt prata usado no crime foram incluídas no inquérito apenas após denúncia anônima, sete meses depois. A PF também destaca a ausência de imagens da rota de fuga dos criminosos do Centro de Convenções Sulamérica, que fica a apenas 450 metros do local do crime.

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