O que era para ser a realização de um sonho para as jovens holandesas Kris Kremers e Lisanne Froon se tornou um pesadelo. As duas dividiam dormitório na Holanda e trabalhavam no mesmo restaurante. Amigas inseparáveis, elas economizaram para viajar por seis semanas ao Panamá, com objetivo de se voluntariar para ajudarem crianças.
Elas desembarcaram no país em 15 de março de 2014 e, em 1° de abril, com o trabalho voluntário adiado, as amigas decidiram explorar a cidade de Boquete, onde ficaram. Elas, então, iniciaram uma caminhada pela trilha El Pianista. Sem guia, estavam na companhia de um cachorro da família que as recebeu.
À noite, porém, somente o cão retornou, e os anfitriões esperaram até a manhã seguinte para acionar a polícia. Somente em 3 de abril as autoridades deram início às buscas pelas jovens, já consideradas desaparecidas. Por 10 dias diversas áreas de Boquete foram vasculhadas. Nesse intervalo, a família das holandesas já estava no Panamá. Em 14 de junho, uma residente afirmou ter encontrado uma mochila perto de um rio.
Dentro dela, a polícia achou o passaporte de Lisanne, uma garrafa de água, óculos de sol, uma câmera fotográfica e os celulares das desaparecidas. Mas um detalhe chamou a atenção: todos os objetos estavam secos. As autoridades constataram que as amigas tentaram acionar a emergência 77 vezes, mas os aparelhos estavam sem sinal.
O iPhone de Kris tinha várias tentativas de desbloqueio negadas. Na câmera fotográfica foram achadas 90 fotos feitas com flash, todas elas apontadas para a mata. Uma das imagens, no entanto, mostrava a parte de trás da cabeça de Kris com sangue.
Dois meses depois, 33 fragmentos de ossos foram achados próximo ao local onde a mochila estava. Além deles, uma pélvis e uma bota com o pé de Lisanne dentro. Os ossos de Lisanne ainda estavam com carne e início de decomposição. Já os de Kris estavam limpos e brancos, como se estivesse se decompondo há dois anos. O caso segue sem solução.