Drogas são vendidas dentro de escolas na zona Sul de Teresina

A região respondeu, por exemplo, por cerca de 37% dos homicídios dolosos da capital em setembro.

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Nas próprias escolas, relatos são de alunos que chegam a vender a droga dentro da própria escola. Como está acontecendo no Bairro Bela Vista. Na mesma instituição de ensino, relatos dos próprios professores dão conta de crianças que entram cada vez mais cedo no mundo das drogas.

De acordo com a professora Marlene Araújo, muitas vezes a escola assume um papel que cabe aos pais e à família como um todo e muitas vezes acaba sobrecarregando os colégios e os educadores, que muitas vezes não sabem o que fazer.

?O problema maior é porque as crianças não têm o acompanhamento dos pais. Você conta o problema para a mãe e ela diz que não sabe mais o que fazer.

As escolas públicas não têm psicólogos, profissionais para o acampanhamento de casos como esses. Os alunos bons são aqueles cujos pais acompanham?, afirma.

A educadora Maria Oliveira afirma que a evasão escolar é muito grande na escola em que trabalha, no Bairro Bela Vista e, de acordo com ela, muitos alunos que já estudaram nessa escola saíram do ensino e entraram no mundo das drogas.

?Mente ociosa e o meio em que vivem influenciam muito. Na realidade em que eles vivem, eles veem com facilidade o acesso às drogas e as próprias amizades também influenciam.

Eu acredito que deve haver uma orientação, mas não só da escola. A participação da família na vida da criança é necessária?, explica.

Por outro lado, enquanto nem mesmo as escolas e nem mesmo as famílias conseguem proporcionar uma educação às crianças com o intuito de prevenir o acesso às drogas, iniciativas de grupos sociais têm procurado através de atividades culturais disseminar a educação voltada para a prevenção.

O grupo Afoxá é um exemplo disso e atua no bairro Angelim, zona sul da cidade, há 15 anos. No bairro a violência também é grande e trabalhando com o aspecto da consciência negra, o grupo também procura trabalhar o problema das drogas através da educação.

De acordo com Artenilde Silva, uma das coordenadoras do projeto, são, ao todo, 30 crianças e adolescentes que realizam trabalhos artísticos e educacionais aos finais de semana. Todas elas encontram-se em situações de bastante vulnerabilidade.

?As famílias possuem rendas muito baixas, são realmente de famílias carentes e o nosso grupo inclui esse interesse na comunidade. O trabalho de prevenção com crianças e adolescentes com opção de qualificar para o mercado de trabalho, então trabalhamos com toda essa questão da educação?.

Para ela, é fundamental o apoio às crianças, principalmente por serem mais vulneráveis às drogas, mas também como uma forma de proporcionar um desenvolvimento mais saudável, longe do mundo do crime.

?O nosso maior problema é o pouco investimento na educação e cultura. Houve momentos no Brasil que esse investimento era maior e o índice de violência era menor porque jovens tinham outros interesses.

Os trabalhos sociais, com certeza, fazem uma interferência grandiosa. Onde existe grupo social atuando, existe gente conseguindo reter esse desenvolvimento da violência?, constata.

Polícia Militar reforça segurança na capital

Para o subcomandante da PM, coronel Sidney Pires, em comparação com outros estados, o Piauí chega a ter um índice menor de violência, o que pode ser obtido sobretudo por ações preventivas, ostensivas e repressivas. As operações e ações de prevenção são garantidas pela Polícia Militar no intuito de conter o crescimento da violência.

"Esse final de semana tivemos apenas três homicídios. Se você for em São Luís, são mais de 20. E nós trabalhamos tanto com ações preventivas quanto ações ostensivas e repressivas.

Para isso, intensificamos nossas operações, colocamos várias viaturas de modo extra, trabalhamos em operações planejadas para aumentar policiamento na rua da capital e também no interior", explica o subcomandante.

Já o comandante geral da Polícia Militar, coronel Gerardo Rabelo, avalia a violência em Teresina e considera os resultados, sobretudo por esse reforço na estrutura policial e ações planejadas.

"Com isso já foram presos mais de 500 traficantes, grande causa dos crimes no Piauí; apreendidas mais de 400 armas, uma média de mais de duas armas por dia. Além de operações diversas, operações planejadas na parte de abordagem de veículos, há pessoas nesse sentido", explica.

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