E-mail informa que traficantes cariocas recebem apoio de facção paulista

Documento teria sido enviado por delegado da inteligência de SP na última terça-feira

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A polícia de São Paulo trabalha com a hipótese de que traficantes expulsos dos morros cariocas estão recebendo apoio de criminosos de São Paulo. Oficialmente, a polícia paulista não confirma, mas a preocupação é que os traficantes foragidos do Rio de Janeiro se unam à facção que age a partir dos presídios do Estado.

Um e-mail interno enviado na última terça-feira (30) para vários setores da polícia alerta sobre rumores de ataque contra instalações governamentais e agentes público de São Paulo. Integrantes da facção paulista teriam oferecido abrigo aos chefes do tráfico carioca. O e-mail teria sido emitido por Miguel Vorgt Júnior, delegado de uma das unidades de inteligência da Polícia Civil paulista.

A Secretaria da Segurança Pública informou que ninguém iria se pronunciar sobre o assunto.

Desde o início dos conflitos no Rio de Janeiro, 124 pessoas foram presas e outras 37 morreram. Só no Complexo do Alemão havia mais de 500 traficantes, segundo cálculos da própria polícia. O paradeiro da maioria deles ainda é um mistério.

O e-mail supostamente enviado por Vorgt Júnior traz o trecho de uma mensagem divulgada por um suposto traficante carioca em um site de relacionamento.

- Conseguimos mandar alguns membros da nossa facção para São Paulo.

O texto revela ainda que, a pedido do chefe ?FB?, os traficantes que teriam fugido para São Paulo iriam provocar o caos junto com criminosos paulistas.

O ?FB? citado no texto é Fabiano Atanázio, chefe dos criminosos da Vila Cruzeiro. Luciano ?Pezão? e ?Polegar" são os outros chefes do tráfico procurados pela polícia carioca.

Na última terça-feira, mesmo dia em que o e-mail foi enviado, o governador Alberto Goldman (PSDB) disse que a situação no Rio não era motivo para preocupação em São Paulo.

No mesmo dia, um tiroteio contra criminosos armados com rifles e pistolas em uma rodovia de Cotia, na Grande São Paulo, deixou a polícia em alerta. Os bandidos estavam em um carro roubado e blindado. Três policiais militares ficaram feridos e os suspeitos fugiram em uma mata.

João Batista Neto, presidente do Sindicato dos Investigadores de São Paulo, diz que alguns traficantes cariocas podem, de fato, ter se refugiado em São Paulo. Ele afirma não acreditar, porém, na hipótese de novos ataques a repartições públicas e a policiais paulistas, como os ocorridos em maio de 2006.

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