O promotor de vendas Anderson Roberto Pontes, de 29 anos, está indignado com a morte de seu amigo e colega de trabalho Clayton Ferreira de Souza. O jovem corintiano de 27 anos foi morto na confusão entre torcedores do Vasco e do Corinthians no fim da noite de quarta-feira (3). A briga entre as torcidas ocorreu na Marginal Tietê, nas proximidades da Ponte das Bandeiras, em São Paulo.
?Ele era um cara pacato. Vivia para trabalhar e ver o Corinthians?, disse Pontes. Ele afirma que, assim como Clayton, é integrante da Gaviões da Fiel.
Pontes não acredita que seu amigo, o único morto na confusão, possa ter contribuído para iniciar a briga. ?Ele nunca gostou de briga. Isso posso garantir porque já fui a jogos com ele?, disse Pontes.
A morte de Clayton, o caçula de sete irmãos, deixou a família revoltada. Só na tarde desta quinta-feira (4), os parentes identificaram o corpo no Instituto Médico-Legal. Ele morava com a mãe em uma casa na Vila Industrial, na Zona Leste de São Paulo.
Torcedores presos
Muito nervosa, a costureira Maria do Socorro Oliveira, de 49 anos, esperava alguma notícia do filho Tiago Oliveira Félix de Lima, de 21 anos, em frente ao Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), na região central de São Paulo, no início da tarde desta quinta.
O jovem foi um dos 27 detidos na noite da quarta-feira (3), após o tumulto que terminou com um morto, sete feridos, um ônibus incendiado e vários carros depredados.
?Meu filho foi assistir ao jogo e não voltou mais. Soube que meu filho tinha sido preso pela televisão?, disse. Após ver o noticiário, ela decidiu ir à delegacia. ?Quando eu estava chegando aqui, recebi uma ligação da polícia dizendo que eu não precisava vir, que meu filho estava bem. Mas eu quis vir mesmo assim.?
Maria do Socorro diz não saber como a briga entre os torcedores começou, mas afirmou que o filho nunca tinha se envolvido antes em confusão.?Nunca aconteceu nada. Ele é louco pelo Corinthians, mas ele nunca brigou?.