Um dos filhos do açougueiro Roque Bezerra da Silva, de 41 anos, que foi morto durante uma operação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) na Vila Aliança, no Rio de Janeiro, conta que seu pai chegou a pedir ajuda aos policiais que não o ajudaram.
"Uma testemunha contou que eles negaram ajuda ao meu pai e não deixaram ninguém mais ajudar. Meu pai não morreu na hora", diz o filho que prefere não se identificar.
Segundo a Secretaria estadual de Saúde, o açougueiro já chegou sem vida ao hospital. No entanto, a família não confirma esta versão. O filho acrescenta que, quando chegaram ao Pronto-Socorro, a informação era de que seu pai havia sido baleado e estava 'bem'.
"Meu pai era o tipo de pessoa que não faltava o trabalho nem doente. Sempre chegava meia hora antes. Então quando passou cinco minutos do horário dele, a patroa já tinha ligado diversas vezes. Ela resolveu vir atrás da gente na Vila Aliança e soubemos que um açougueiro tinha sido baleado. Quando chegamos no hospital, falavam que ele tinha sido baleado na virilha e estava bem", conta.
A família confirma que Roque foi transportado pelos policiais, até o hospital, junto com bandidos, mas lamenta o fato dele ter sido baleado e morto.
"O azar dos policiais foi terem acertado meu pai. Se fossem só bandidos, ninguém ia saber de nada e eles iam considerar a operação vitoriosa. Mas meu pai era inocente", diz o filho de apenas 18 anos de idade.
Durante a operação, que resultou na morte de Roque Bezerra da Silva, de 41 anos, pelo menos sete pessoas ficaram feridas.