O caseiro do sítio do goleiro Bruno Fernandes, do Flamengo, disse que viu sua ex-namorada, Eliza Samudio, que está desaparecida há três semanas, no sítio do jogador há 15 dias e por três vezes. Segundo a testemunha, o goleiro estava na casa, que fica em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, na época em que Eliza foi vista.
Na ocasião, a estudante usava um short azul e uma blusa branca, e estava perto da piscina, onde estavam Bruno e mais dois homens, de acordo com o caseiro.
A polícia confirmou na terça-feira (28) que encontrou vestígios no carro do goleiro, que podem ser sangue. Segundo o delegado Edson Moreira, chefe do DHPP-MG (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa da Polícia de Minas Gerais), somente o exame com o reagente luminol poderá confirmar se realmente é sangue. A polícia disse que também encontrou vestígios que podem ser de sangue em objetos recolhidos no sítio do goleiro do Flamengo.
De acordo com as investigações, a suspeita é de que o motorista de Bruno, Cleyton da Silva Gonçalves, e outros homens que ocupavam a Range Rover apreendida pela polícia, eram amigos do jogador, conhecidos como Macarrão, Russo e Negão. Russo é suspeito de ter feito ameaças armadas contra a modelo Eliza, no Rio de Janeiro.
Fontes da Polícia Civil afirmaram que nos primeiros exames realizados no interior do sítio do jogador, na segunda-feira (28), em Esmeraldas, não mostraram vestígios de sangue, mas outras áreas poderão ser analisadas na quarta-feira (30).
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Outro lado das investigações da polícia é o rastreamento de um telefone que era usado por Eliza Samudio, antes de seu desaparecimento. Foi pedida a quebra do sigilo telefônico dela. A modelo teria feito o último contato com uma amiga do Rio de Janeiro no dia 6 deste mês, mas por meio de um celular de um homem não identificado. O aparelho dela está desaparecido, mas a polícia tenta rastrear as ligações feitas por Eliza por outros números de pessoas amigas, buscando indícios sobre o que pode ter acontecido.
O delegado explica que Eliza estava com um processo de reconhecimento de paternidade no Rio de Janeiro.
- Ela era muito cuidadosa com o filho e desapareceu. O estranho é que ela estava com um processo de reconhecimento de paternidade para tentar provar que o jogador era o pai de seu filho, e se ganhar o processo poderá receber uma pensão de R$ 10 mil, ou R$ 20 mil. Então, o caso tem que ser investigado. Mas, indícios de que ela tenha sido assassinada não existem até agora.
Belo Horizonte
Há suspeitas de que Bruno já esteja em Belo Horizonte, e que possa se apresentar voluntariamente para prestar esclarecimentos. Outra informação indica que a Polícia Civil de Minas Gerais teria feito uma recomendação para que o atleta não se afaste do Rio de Janeiro e principalmente do país nos próximos dias. Esse teria sido o motivo pelo qual a diretoria do Flamengo, clube do jogador, decidiu deixá-lo naquela cidade, fora do elenco que viajou para uma temporada no interior do estado de São Paulo. Esse pedido foi feito porque a polícia tem a intenção de ouvi-lo em cartório, sobre o desaparecimento da modelo.
Mas o delegado Moreira afirmou que não existia data marca para o comparecimento de Bruno ao cartório da Delegacia de Homicídios de Contagem, porque antes é preciso reunir informações e depoimentos de testemunhas. De acordo com a polícia, não existia nenhum pedido de decretação da prisão preventiva ou temporária contra o atleta porque ele se comprometeu a não sair do Rio de Janeiro e por se mostrar disposto a ser ouvido e colaborar com as investigações.
Os deputados da Comissão de Segurança Pública vão acompanhar as investigações, enviando requerimento para a Polícia Civil solicitando informações sobre o andamento dos trabalhos sobre o desaparecimento da modelo Eliza Samudio.
No início da tarde de terça, dois agentes da Polícia Civil estiveram no sítio do goleiro, com um novo mandado de busca e apreensão. Eles realizaram uma análise nos locais próximos à casa do goleiro e também numa cisterna próxima a uma residência vizinha a de Bruno.
Um outro carro com placa do Rio de Janeiro também passou pela portaria. No entanto, o motorista não quis se identificar.