Em depoimento, na 29ª DP (Madureira), o jovem que foi preso durante a operação em que Claudia Silva Ferreira foi atingida, no Morro da Congonha, no dia 16 de março, conta que a auxiliar de serviços gerais caminhava em direção ao PM que fez o disparo. Ele garante que ela estava em um local onde o policial podia vê-la.
No termo de declaração, dado por Ronald Felipe dos Santos, de 18 anos, o rapaz diz que é morador da Congonha, confessa que já teve ligação com o tráfico de drogas na região, mas que atualmente sobrevive vendendo balas na Tijuca. Ele conta que, na manhã do dia 16, cortava caminho pela Rua Joana Resende para chegar a um sacolão na Rua Buriti.
Ronald narra ainda que notou que três homens armados com três pistolas iam na mesma direção que ele, quando percebeu a presença de um PM atrás do mato. Ele diz que o militar efetuou disparos na direção deles. Quando ouviu os tiros, ele correu, mas acabou sendo atingido na bacia.
Jovem foi identificado em hospital
Ronald conta que conseguiu correr até uma casa dentro do beco que tinha na outra extremidade da Rua Joana Rezende. Ele diz ter ficado escondido até às 10h e, ?aproveitando-se do fato de os policiais estarem com a atenção voltada para o corpo que havia caído na escadaria?, encontrou seu irmão na parte baixa da comunidade.
O rapaz disse ter ido até a casa da avó, em Benfica, para pegar sua identidade e carteira de trabalho. De lá, foi levado para a UPA de Manguinhos e, posteriormente, encaminhado para o Hospital municipal Salgado Filho. Na unidade, ele foi reconhecido por policiais militares e preso depois de receber alta.
Em nota, o delegado Carlos Henrique Machado, titular da 29ª DP (Madureira), informou que as investigações sobre o caso estão em andamento. Até o momento oito policiais militares, dois familiares e duas testemunhas já foram ouvidas. O delegado aguarda o resultado dos laudos da perícia de local e das armas dos policiais.