A Polícia Civil finalizou nesta quarta-feira (31) o inquérito e decidiu não indiciar o empresário Thiago Brennand Fernandes Vieira, que é suspeito de agredir a modelo Helena Gomes dentro de uma academia de luxo em São Paulo (SP). Agora, o Ministério Público vai decidir se arquiva ou denuncia o homem de 42 anos.
O inquérito elaborado pelo 15º Distrito Policial foi encaminhado ao Ministério Público e à Justiça, que podem pedir novas diligências da polícia, abrir o processo ou arquivar. Foram ouvidos o empresário, a vítima agredida, testemunhas e professores da academia.
A Secretaria da Segurança Pública afirmou em nota que o delegado optou por não indiciar o empresário por se tratar "de crimes de menor potencial ofensivo" . Brennand foi investigado por lesão corporal, injúria e ameaça.
A polícia pediu para que a academia mande o vídeo do caso e encaminhou a solicitação de medidas protetivas para a vítima, com a proibição do investigado se aproximar dela e de parentes.
A defesa afirmou que Thiago Brennand já prestou seu depoimento no inquérito, "apresentando todos os esclarecimentos para a plena compreensão dos fatos sob investigação".
"Diante disso, a nova equipe de defesa de Brennand considera absolutamente desnecessário o pedido de medida protetiva protocolado no início do caso. O trabalho da defesa se dará dentro das balizas do bom direito, da civilidade e do respeito à intimidade, integridade e dignidade de todas as partes e testemunhas", diz o texto assinado por Cavalcanti Sion Advogados.
Segundo os relatos, as agressões ocorreram no dia 3 de agosto, na academia no Itaim Bibi, em São Paulo.
À polícia, a vítima contou que é frequentadora da academia e que desde que entrou foi orientada por outras mulheres para se manter afastada do investigado. Na ocasião em que treinavam no mesmo horário, Thiago teria pegado o número de uma das mulheres e a convidado para sair. Com a recusa, ele teria passado a enviar mensagens ofensivas.
No dia da agressão investigada, o empresário foi em direção a ela e mandou que saísse da frente dele, o que foi recusado. Em seguida, Thiago teria a agarrado pelos braços e uma confusão começou.
Outra vítima relatou à polícia que frequenta a academia e no dia das agressões estava treinando e ouviu a outra mulher falando que “não sairia” para um homem, o qual seria Thiago.
Na sequência, a testemunha contou que saiu do aparelho e foi em direção à vítima. Ela detalha que presenciou o suspeito agarrando a vítima pelos cabelos e cuspir por três vezes no rosto dela. Um jovem, o qual foi apontado como filho, chamou uma das mulheres de “puta e vagabunda”.
Uma segunda testemunha afirmou ter ouvido o investigado chamar a vítima de fraca e pobre. Um dos professores de musculação alegou que não viu a confusão, mas encontrou um tufo de cabelo ao chão.
O que diz a SSP
"O caso foi investigado pelo 15º Distrito Policial (Itaim Bibi) como lesão corporal, injúria e ameaça. O inquérito policial foi relatado ao Poder Judiciário e Ministério Público nesta quarta-feira (31). Quanto ao indiciamento, a autoridade policial analisou que, por se tratar de crimes de menor potencial ofensivo, não coube indiciamento com base na Lei 9099/95."
O que diz o empresário
A defesa de Thiago apresentou à polícia a primeira defesa por meio de advogado, onde informou ser colecionador de armas legalmente cadastradas e registradas na Superintendência de Fiscalização de Produtos Controlados da 2ª. Região Militar (SEPC/2). O último dia 23 de junho teria o acervo passado por vistoria de rotina por militares.
Em nova defesa, Thiago afirmou que repudia a versão dada pela vítima. Ele contou à investigação que no dia da confusão estava na academia, quando se deparou com a vítima fazendo exercícios em “local inapropriado”.
Segundo ele, havia pedido que a professora da academia que falasse com a vítima. Na sequência, conforme ele, a mulher retornou ao mesmo local e continuou “a causar uma situação de desconforto”.
Após três vezes que passou por ela, sem falar nada, resolveu então pedir que a vítima buscasse outro local para os exercícios. Negou provocar.
Ainda segundo o relato dele, a vítima gritou e o ofendeu, gesticulando com as mãos e dizendo que podia treinar onde quisesse, que o odiava e que “conhecia pessoas que podia acabar com sua vida”, segundo ele.
Sobre o cuspe, o empresário acusa a vítima de tentar cuspir nele. De acordo com a declaração, ele “teve o impulso de cuspir de volta e empurrá-la para trás”.