Thiago Brennand, empresário acusado de estupro, agressão, cárcere privado e ameaça, foi detido nos Emirados Árabes Unidos, conforme confirmado pela Polícia Federal a fontes da TV Globo. A Polícia Federal deve enviar nesta terça (18) quatro policiais ao país para trazê-lo ao Brasil.
Brennand teve o pedido de extradição aprovado pelas autoridades dos Emirados Árabes Unidos no último sábado (15). O empresário possui cinco mandados de prisão preventiva em território brasileiro por acusações de agressão a uma modelo, sequestro, tatuagem forçada, estupro de uma segunda mulher, além de estupros de uma jovem e de uma miss.
De acordo com fontes da Polícia Federal e um delegado-chefe da Interpol que acompanha o processo, os próximos passos para a extradição de Brennand envolvem a formalização do pedido de extradição pelas autoridades brasileiras, que deve ser enviado ao Ministério da Justiça e, em seguida, para o Ministério das Relações Exteriores. Após análise e autorização dos órgãos governamentais brasileiros, o pedido será enviado aos Emirados Árabes Unidos, onde será analisado pelas autoridades locais. Em caso de aprovação, a extradição será realizada.
Lula confirmou a extradição
Fontes do Itamaraty confirmaram à TV Globo que Lula iria perguntar ao presidente Mohammed bin Zayed Al Nahyan sobre a situação do empresário.
Lula chegou ao país árabe no sábado (15), após passar pela China. Depois de se reunir com o presidente local, foi questionado sobre as tratativas da extradição de Thiago Brennand e negou ter discutido o assunto. No entanto, no domingo (16), o presidente confirmou que as autoridades aprovaram o pedido de extradição.
O presidente brasileiro comentou sobre a extradição de Thiago Brennand, afirmando que a questão da execução é uma responsabilidade da Justiça e da polícia. Ele ainda destacou a gravidade das acusações contra o empresário e afirmou que, se houvesse um milhão de cidadãos como ele, todos mereceriam ser punidos, enfatizando que a agressão às mulheres é inaceitável. Lula também afirmou que acredita que Brennand deve ser punido pelos crimes pelos quais é acusado.
Em dezembro de 2022, a Embaixada brasileira em Abu Dhabi apresentou a documentação complementar requerida pela Chancelaria emirática para o pedido de extradição de Brennand. Em março deste ano, as autoridades dos Emirados Árabes Unidos informaram que o pedido estava em análise.
Vale ressaltar que o pedido foi realizado com base na promessa de reciprocidade em casos análogos, uma vez que não há um acordo bilateral sobre a matéria em vigor entre os dois países. Contudo, em 15/03/2019, o Acordo de Extradição entre Brasil e Emirados Árabes foi assinado e, posteriormente, ratificado pelos EAU em 04/10/2021.