Antes de ser morta a tiros, a enfermeira Iris Rocha, de 30 anos, já havia registrado boletim de ocorrência contra o ex-namorado identificado como Cleiton Santana dos Santos, de 27 anos. A vítima solicitou junto à justiça uma medida protetiva após ter sido agredida por ele. O boletim foi registrado em 5 de outubro de 2023, no documento ela relatou ter sido agredida pelo então namorado.
A prisão de Cleiton foi realizada no início da tarde desta quinta-feira (18), ele é apontado como principal suspeito do assassinato. De acordo com a polícia, o casal estava junto há cinco meses, e Íris encontrava-se grávida de 15 semanas.
Conforme consta no boletim, durante uma conversa, o homem aplicou um golpe conhecido como "mata-leão" em Íris, resultando em seu desmaio. Ao recobrar a consciência, Íris apresentava sangramento no nariz e sintomas de tosse. O documento menciona que o agressor teria, surpreendentemente, dado banho na enfermeira, que posteriormente seguiu para o trabalho. Ao compartilhar o ocorrido com uma colega, Íris foi encorajada a registrar o boletim de ocorrência, solicitando também uma medida protetiva na ocasião.
Segundo a delegacia Maria da Glória Pessotti, o relacionamento entre o casal era abusivo, com o ex-namorado monitorando Íris de diversas maneiras e impondo restrições quanto ao uso de determinadas vestimentas. Ele chegava a exigir que ela usasse roupas longas para ocultar marcas de agressões. A delegada destacou que o agressor controlava todos os aspectos da vida da vítima, incluindo seu local de trabalho, onde passava longas horas durante o dia, e até mesmo o telefone dela.
No mesmo dia, Cleilton também registrou um boletim de ocorrência contra Íris, alegando que o término do relacionamento ocorreu devido ao comportamento destemperado da vítima. No documento, ele afirmou que tiveram um último contato em 4 de outubro, por volta das 22h, o que gerou preocupação. Dois dias depois, Íris teria informado a Cleilton que havia registrado um boletim de ocorrência contra ele, mas sugeriu retirar a queixa caso decidissem reatar.
Segundo Cleilton, a denúncia de Íris era caluniosa. Posteriormente, a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) anunciou a prisão de Cleilton em uma operação liderada pela Polícia Civil, com a participação de diversas delegacias e órgãos de segurança. Durante as diligências, a polícia realizou buscas na residência do suspeito, apreendeu emblemas utilizadas pela Polícia Militar e guinchou o veículo de Cleilton para análise, visando apurar se foi usado para levar a vítima até o local onde seu corpo foi encontrado no município de Alfredo Chaves.