Engenheiro pega 27 anos de prisão pela morte da ex-namorada na Austrália

Em um julgamento tenso, Santoro enfrentou uma acusação de homicídio qualificado devido a uma série de fatores

Engenheiro Marcelo Santoro foi condenado pela morte da ex-namorada, Cecília Haddad | Montagem/Roberto Moreyra/Reprodução
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Na madrugada desta quinta-feira (22), o engenheiro Mário Marcelo dos Santos Santoro foi sentenciado a 27 anos de detenção pela morte de sua ex-namorada, a gestora de empresas Cecília Haddad. O crime foi em Sidney, na Austrália,  no ano de 2018. Santoro afirmou, durante o julgamento no Tribunal do Júri da Justiça Federal do Rio,  ter matado Cecília.  Na oportunidade, ele confesssou ter sufocado a ex-namorada, afirmando que apertou seu pescoço com bastante força.

Vale esclarecer que a condenação do engenheiro envolve os delitos de feminicídio, ocultação de cadáve, bem como assassinato qualificado por motivo desprezível. Por sua vez, o advogado de Santoro afirmou que irá recorrer da decisão.

A vítima foi morta em sua residência. O engenheiro Marcelo tinha ido até o local para buscar seu passaporte, pois tinha um voo para o Brasil um dia depois. Foi quando deram início a uma discussão. No meio da briga, na tentativa de silenciar Cecília, Marcelo acabou por asfixiar a vítima. O réu, quando admitiu ter cometido o homicídio, declarou-se arrependido e chorou ao descrever detalhes de como ocorreu a morte.

"Foi uma tentativa de fazê-la calar. Infelizmente, segurei firmemente seu pescoço. Ela caiu sem vida em meus braços, não me recordo se ela bateu a cabeça no chão. Peguei-a, desesperado, e a coloquei no sofá (...) Ela não recobrava a consciência. Tentei fazer massagem nela, não sei se fiz corretamente ou não, para ver se ela acordava. Eu fui lá para pegar o passaporte e, infelizmente, tudo isso aconteceu", relatou.

Em seu depoimento, Santoro alegou que tentou socorrer a ex-namorada, mas que ela não resistiu. Na ocasião, o réu chegou a pedir desculpas à família da vítima e disse que vem tentando compreender o motivo pelo qual tirou a vida da gestora. Falou, inclusive, ter entrado em desespero com a situação.

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"Saí de lá desesperado, confesso que houve um momento em que, se o senhor me perguntar, eu não vou saber explicar, de tão desesperado, incapaz de acreditar no que aconteceu. O que está documentado pelo MP (Ministério Público) irá esclarecer muito melhor. Não posso negar nada disso. São fatos e evidências."

Por sua vez, a defesa usou a tese de que a morte não foi intencional. Todavia, a acusação discorda e afirma que ele agiu como alguém com a intenção de matar: "Por que ele ficou surpreendendo-a? Por que ele ficou vigiando-a? Por que ele ficou perseguindo-a? Por que praticou toda a violência psicológica e moral antes do feminicídio? Não chamou uma ambulância. Não pediu ajuda. Foi ao shopping comer. (...) A frieza ao esperar escurecer, não é mesmo? Ao colocar pesos no corpo

Em um julgamento tenso, Santoro enfrentou uma acusação de homicídio qualificado devido a uma série de fatores. Um deles é o fato de Cecília Haddad ter sofrido lesões corporais motivadas por um motivo torpe, ou seja, por não aceitar a decisão da vítima de terminar o relacionamento. Além disso, ela foi vítima de asfixia, especificamente esganadura. Outro aspecto relevante é que Cecília era uma mulher que foi vítima de violência doméstica e familiar. Pelo documento, o acusado teria escondido o corpo da vítima para assegurar que o crime não fosse descoberto ou punido.

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