O cozinheiro Roberto Andrade, pai da estudante Raissa Andrade, morta com uma facada neste último fim de semana, durante uma festa junina em Natal, disse que entregou o caso nas mãos de Deus ao saber que a suspeita do crime se apresentou na delegacia nesta terça-feira (16), prestou depoimento e foi liberada por já não se configurar mais o flagrante. ?A justiça de Deus não falha de maneira alguma?, disse.
A estudante Raissa Pinheiro Andrade, de 16 anos, morreu após ser atingida por uma facada no peito durante uma festa de São João no conjunto Vale Dourado, na zona Norte de Natal. Ela foi ferida na noite da sexta-feira (12), mas teve uma hemorragia interna e morreu no sábado (13) no hospital Santa Catarina, que também fica na zona Norte da cidade.
Abatido, Roberto disse que espera que a morte da filha sirva de exemplo para outros pais que devem estar atentos aos hábitos dos filhos. ?Eu espero que outros pais pensem antes de deixar seus filhos irem a todo tipo de festa porque hoje em dia as pessoas não saem só para se divertir, já saem premeditados a cometer um crime, a machucar e até matar alguém. Os pais não podem ter medo de serem chamados de caretas, é preciso colocar limites e saber sempre onde os filhos estão. Agora, nada vai trazer minha filha de volta?, disse.
Rixa de torcidas
A adolescente de 12 anos, suspeita de matar Raissa, se apresentou na manhã desta terça-feira (16) para prestar depoimento à delegada Adriana Shirlei, titular da Delegacia de Atendimento ao Menor Infrator (DEA). Segundo a delegada, o crime está relacionado à uma rixa entre as torcidas organizadas dos dois principais clubes de Natal. Raissa era torcedora do ABC, enquanto a outra garota torce para o América. A menina foi ouvida e liberada e aguardará a conclusão do inquérito em liberdade.
Justiça de Deus e dos homens
Para a mãe da estudante, a suspeita de ter assassinado Raissa foi para a festa disposta a cometer o crime. ?Quem vai para uma festa armado com uma faca não pode estar bem intencionado. Ela foi para matar. Eu quero justiça. A de Deus e dos homens?, disse Maria de Fátima.
Maria de Fátima negou que a filha fosse filiada a qualquer torcida organizada e disse que não sabe o que motivou a briga. ?Minha filha estava consciente no hospital, mas ela não disse o motivo da briga, Ela me contou que elas começaram a discutir e ela deu um chute na outra menina e a adolescente revidou com a facada. Ela me disse que achou que tinha levado um murro no peito, mas logo ouviu as pessoas gritando que ela estava sangrando?, disse.
Segundo ela, a filha era uma menina tranquila, "uma ótima filha", e não se envolvia em brigas na rua.