A cineasta e atriz Liz Marins, de 37 anos, diz ter sido agredida juntamente com um amigo, o escritor Cristiano Marinho, de 32 anos, que usa o nome artístico de Kizzy Ysatis, na boate "A Loca", na Rua Frei Caneca, na Consolação, região central de São Paulo, no início da manhã desta sexta-feira (4).
Procurada pelo G1 desde as 10h30 desta sexta, a casa norturna não havia comentado o caso até por volta das 15h. A Polícia Militar informou que foi acionada para atender o caso, que estaria relacionado com uma briga entre seguranças e cliente por causa da perda de uma comanda. Pai da jovem, o cineasta José Mojica Marins, mais conhecido como Zé do Caixão, criticou atitude dos funcionários. "Pelo que minha filha me contou, eles nem deram chance para resolver a questão".
Confusão no caixa
A cineasta conta que estava deixando a boate, por volta das 6h30, pagou sua conta e sentou para esperar o amigo pagar a dele. "De repente eu ouvi uma discussão, o Kizzy dizendo que tinha pago a conta e o cara do caixa dizendo que ele não tinha pago. Logo em seguida vi os seguranças pegando ele, jogando ele no chão e batendo muito nele. Enfiaram a bota na boca dele para ele não gritar", conta ela.
De acordo com Liz, quando ela foi em direção ao amigo e perguntou o que estava acontecendo, ela também foi agredida. "Um segurança me pegou pelos braços, me jogou no chão e ficou me segurando. Eu gritava "me solta, eles vão matar meu amigo", mas eles só pararam quando a polícia chegou", relatou.
O amigo, disse ela, conseguiu telefonar para o irmão no meio da confusão e o parente chamou a polícia. "Foi um absurdo o que eles fizeram. A gente não tentou fugir, não tentou sair sem pagar, nada disso. Eu já tinha pago minha conta com cartão de crédito, se houvesse algum problema com meu amigo eu teria pago a parte dele. Foi uma afronta aos direitos humanos", afirmou a cineasta, que disse que pelo menos quatro seguranças bateram no escritor. Hospital A cineasta e o amigo foram levados para a Santa Casa de Misericórdia, na região central. Ela tinha marcas roxas nos braços e no pulso. O G1 não conseguiu falar com Marinho porque ele estava sendo atendido no momento em que a reportagem esteve na Santa Casa.
A irmã dele, a advogada Alessandra Marinho, mostrou uma fotografia do escritor com o rosto machucado e sangrando. "Meu irmão foi espancado e nós vamos processar a boate", afirmou ela. A assessoria de imprensa da Polícia Militar confirmou que a PM foi chamada até a boate para atender uma ocorrência de agressão entre funcionários e clientes.
Segundo a PM, foi relatado que houve uma discussão porque o cliente havia perdido a comanda e brigado com seguranças. Os dois ficaram feridos diz a polícia. Ainda de acordo com a PM, os dois foram levados para atendimento na Santa Casa e o caso foi registrado no 4º DP, no bairro da Consolação.
Boate
O G1 falou com um funcionário da boate por volta das 10h30 desta sexta-feira e ele disse que não sabia do caso, mas falaria com alguém que pudesse comentar o assunto. A reportagem voltou a ligar no início da tarde para dois telefones celulares e ninguém atendeu ou retornou o recado deixado na caixa de mensagens.
Liz diz que combinou com cerca de seis amigos de ir até a boate para comemorar seu aniversário, que foi no dia 2. Eles foram para o lançamento do livro de uma amiga, depois passaram em um barzinho e disseram ter chegado na boate por volta da 1h desta sexta.