Após nove dias foragida, a esposa de Alan Cícero de Araújo Carreiro, Ana Lúcia, falou hoje pela primeira vez sobre o crime. Ela é a assassina confessa do marido, morto com uma facada no pescoço no último dia nove, dentro de casa, no bairro Primavera I, zona Norte de Teresina.
?A quatro anos eu vivia com ele em cativeiro. Ele me batia, trancava as portas e ligava o som para me bater. Os vizinhos já estavam acostumados? , disse Ana Lúcia, entre outras barbaridades que afirma que o marido cometia. Contou também que Alan teria abusado de suas duas filhas menores de idade, ordenando que elas tirassem a roupa para ele, em outra ocasião.
De acordo com o depoimento de Ana Lúcia, no dia do crime Alan passou o dia bebendo e usando drogas. Ao chegar em casa, a mandou tirar a roupa, comeu dois tomates e duas pimentas e a beijou na boca, perguntando se estava ardendo. Ela conta que negou, para não apanhar, mas o marido ainda assim quis lhe bater com um pau, e ela teria fugido para a cozinha, e Alan a perseguiu. Em seguida, pegou uma panela de pressão para bater ainda mais na esposa e uma faca, que Ana Lúcia conseguiu tirar dele e com ela o esfaqueou no pescoço, e Alan veio a falecer ainda dentro de casa, sem que lhe fosse prestado socorro.
Ana Lúcia contou que após o crime, fugiu para as margens do rio, vestindo apenas uma calcinha. Então conseguiu roupas emprestadas com uma moradora da região que não conhecia, e foi para a casa do pai.
Ana Lúcia se apresentou no IML (Instituto Médico Legal) para passar pelos exames de corpo delito, para alegar legítima defesa perante a justiça.