Ao divulgarem fotos para emissoras de tevê dizendo que uma mulher loura, que aparecia de costas, seria a prova de que Eliza Samudio estaria viva e passeando por um shopping de Caxias, na Baixada Fluminense, os advogados do goleiro Bruno e de outros seis acusados criaram pânico numa jovem estudante de 21 anos. Jeize Fernandes Jesuíno nada tem a ver com a ex-amante do capitão rubro-negro, assassinada no último dia 10, em Minas Gerais. Ela se apresentou no fim da noite, na 16ªDP (Barra da Tijuca), para fazer um registro, de tão assustada que ficou com a repercussão da exibição de sua imagem.
"Isso parece uma novela. Ela ficou visivelmente transtornada com tudo isso. Por isso decidi levá-la logo a uma delegacia e dizer que nada tem a ver com Eliza. Fizemos isso por questão de segurança dela. Afinal, ela está com medo de apanhar na rua. Imagine só se as pessoas realmente começam a confundi-la, e dizem que ela estava fingindo estar morta, e várias pessoas presas por isso", disse a advogada da jovem, Maria Angele da Cruz.
Em seu depoimento, Jeize contou ao delegado Rafael Willis que esteve num shopping com amigos do trabalho comendo um sanduíche, na última quarta-feira, depois de ir ao cinema, e que sequer viu qualquer pessoa fazendo fotos ou filmando-a. A advogada disse que não vai falar sobre estratégias de defesa para proteger a imagem de sua cliente, mas adiantou que vai mover ações por conta dessa divulgação.
"Fizemos o registro e estamos enviado para a delegacia de Minas Gerais todo o procedimento, inclusive com as fotos da moça", disse o delegado, tratando a situação como um "mal entendido".
Eliza está desaparecida desde o dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a teria agredido para que ela tomasse remédios abortivos para interromper a gravidez. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para provar a suposta paternidade de Bruno.
No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza teria sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estaria lá. No dia seguinte, O DIA noticiou, com exclusividade, o caso. Com equipes de reportagem no local, O DIA ONLINE acompanhou a investigação da história, minuto a minuto, a partir do dia 26 de junho.
A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante o depoimento dos funcionários do sítio, um dos amigos de Bruno afirmou que ela havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayanne Souza foi presa, mas logo conseguiu a liberdade. O goleiro e a mulher negam as acusações de que estariam envolvidos no desaparecimento de Eliza e alegam que ela abandonou a criança.
Na quarta-feira 7 de julho, a Justiça decretou prisão preventiva do goleiro Bruno, o amigo Macarrão, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos - conhecido como "Neném", "Bola" ou "Paulista", sua mulher Dayanne e mais quatro envolvidos no crime. A polícia apreendeu ainda um menor, de 17 anos, primo de Bruno, que teria participado da trama. No dia seguinte, 8 de julho, a mãe de Eliza Samudio ganhou a guarda provisório do bebê, agora com 5 meses. No dia seguinte, Bruno, Macarrão e Neném foram convocados a prestar depoimento mas se negaram. Segundo seus advogados, os acusados só falarão em juízo.