Um estudante de veterinária de Fernandópolis, a 553 km de São Paulo, foi mais uma vítima dos trotes violentos. Com o início das aulas, a prática faz novas vítimas. Desta vez, o jovem, que faz veterinária na Unicastelo, foi obrigado a beber álcool combustível. As agressões começaram dentro da faculdade.
Com dificuldades para falar e andar, o estudante foi levado para o hospital pela família. Os médicos fizeram exames de dosagem alcoólica para verificar a quantidade de álcool ingerida durante a agressão.
O jovem, que não quer se identificar, tem 18 anos e passou no vestibular para o curso de veterinária. Ele contou que o trote começou ainda dentro da faculdade. ?Rasgaram a minha calça e deram uns três, quatro tapas na minha cara?, afirmou.
O trote violento ocorreu em uma avenida movimentada da cidade. Durante oito horas, o estudante sofreu agressões físicas e psicológicas. Chegou a ser obrigado a beber álcool usado como combustível. ?Segundo eles, eu fui rebelde. Se você se comportar bem, se fizer o que eles querem, você se dá bem?, disse o estudante.
A família foi avisada do trote por uma amiga do estudante, que viu as agressões.
?Eu recebi um telefonema. A menina dizendo para ir buscar meu filho, porque ele estava mal, os meninos estavam judiando dele. Ele falou comigo, mas achei que fosse uma brincadeira, que ele estivesse chorando?, conta a mãe do estudante Maria da Silva Bonesso.
Um boletim de ocorrência foi registrado. Alunos do quinto ano de veterinária que teriam participado do trote deverão ser ouvidos nesta semana.
A assessoria de imprensa da Unicastelo informou que deve abrir uma sindicância para apurar o caso.