“Não tenho medo deles”, diz advogado da família de Eliza

O plano de Bola teria sido revelado ao advogado por Jaílson Alves de Oliveira.

Eliza Samudio. | Reprodução Web
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A história do desaparecimento e possível assassinato de Eliza Samudio, ex-amante do ex-goleiro Bruno, ganhou mais um capítulo na segunda-feira. O advogado da família da jovem, José Arteiro Cavalcante Lima, denunciou que o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de executar a moça e desaparecer com o corpo, planejava encomendar a morte de três pessoas: o próprio Arteiro; o delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigações da Polícia Civil; e a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do Tribunal do Júri de Contagem. Na quarta-feira, a 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais julgará pedido de habeas corpus de Bruno.

O plano de Bola teria sido revelado ao advogado por Jaílson Alves de Oliveira, colega de cela do ex-policial na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. O detento, que cumpre pena de 35 anos por latrocínio, teria ouvido de Bola que traficantes do Rio, entre eles um conhecido como Nem, iriam a Minas "dar um jeito" em quem o prejudicava.

O advogado contou que a mulher de Jaílson já teria procurado a Promotoria para fazer a denúncia, mas não foi recebida. "Aí ela me ligou e fui lá na cadeia ouvir o que ele tinha a dizer", contou Arteiro, que protocolou documento no Tribunal do Júri de Contagem.

Sobre as ameaças, Arteiro respondeu com uma provação: "O assassino pode vir. Vou servir café com chumbinho. Você mata é mulher com criança no colo, indefesa".

"Micro-ondas"

Segundo o advogado, o detento teria revelado que Bola confessou ter queimado Eliza em pneus ("micro-ondas") e jogado as cinzas na Lagoa Suja, em Ribeirão das Neves, onde a polícia já fez buscas. "Ele disse que ligou para o Macarrão (Luiz Henrique Ferreira Romão) na hora que jogou as cinzas lá. Por isso a polícia não achou nada", disse Arteiro.

De acordo com ele, após as denúncias contra Bola, Jaílson teria sido transferido para o Presídio São Joaquim, na cidade de Bicas.

Arteiro afirmou que espera um posicionamento da Justiça a respeito das denúncias. "A minha parte eu fiz e passei para a Promotoria. Agora temos que esperar para ver o que vai ser feito. Eu não tenho medo deles", disse.

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