O ex-diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal Robson Cândido foi preso preventivamente na manhã deste sábado (4) em sua casa, na região administrativa do Park Way, em Brasília. Ele é acusado de usar a estrutura da corporação para perseguir uma mulher que alega ter sido sua amante.
O delegado foi denunciado pela esposa e pela ex-amante após ameaças constantes. "Vou te ferrar de verde e amarelo", teria dito Robson à esposa, quando os dois decidiram pela separação, pois vinham enfrentando dificuldades no relacionamento "por causa de traições". A prisão foi decretada pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Águas Claras.
Na ocorrência registrada pela ex-amante, de 25 anos, a mulher afirma que Robson não aceitou o término do relacionamento e passou a persegui-la "em todos os locais que frequentava". Ela disse ainda que, por diversas vezes, Cândido invadiu a casa dela, a perseguiu no trânsito, no trabalho e “sempre demonstrava saber onde ela estava e o que fazia”.
Os investigados na operação interceptaram as ligações telefônicas da ex-amante de Robson Cândido para monitorar a localização dela em tempo real. Dessa forma, teriam sido praticados os crimes de stalking e violência psicológica. A estrutura da Polícia Civil — como viaturas descaracterizadas, celulares corporativos e carros oficiais — era usada para fins ilícitos e particulares.
Até o momento, foram apreendidos computadores, HD, Go Pro e pen drives. Dois promotores do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (Ncap) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) atuam no caso.
A operação, comandada pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), também cumpriu mandados de busca e apreensão na 19ª Delegacia de Polícia e na casa do atual responsável pela delegacia, o delegado Thiago Peralva.