Ex-diretora da Americanas chega a São Paulo após se entregar em Lisboa

Anna Christina Ramos Saicalli é investigada por participar de esquema de fraude bilionária

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Ex-Diretora da Americanas, Anna Christina Ramos Saicali | Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

Investigada por envolvimento em um esquema de fraude bilionária, a ex-diretora da Americanas, Anna Christina Ramos Saicalli, retornou ao Brasil na manhã desta segunda-feira. Ela havia deixado o país em 15 de junho, viajando para Lisboa, Portugal. A executiva se apresentou às autoridades portuguesas na noite deste domingo, antes de embarcar para o Brasil. 

Cumprindo determinação judicial, a executiva não será presa e poderá retornar à sua residência no Rio de Janeiro. Ela está proibida de deixar o país até o término das investigações. A decisão foi autorizada pelo juiz Márcio Muniz Da Silva Carvalho, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, após pedido feito pela defesa da executiva.  

Ao lado do ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, Saicali foi alvo de mandado de prisão na operação que investiga as fraudes contábeis da empresa. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal do Rio de Janeiro atendendo a pedidos da Polícia Federal. 

SOBRE MIGUEL GUTIERREZ, OUTRO INVESTIGADO

Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas, foi colocado em liberdade após ser preso pela polícia espanhola. Ele havia sido detido após ser incluído na lista da Interpol a pedido da Polícia Federal brasileira. (As informações são do Blog do Lauro Jardim/O Globo). 

O executivo, que liderou a Lojas Americanas por duas décadas, passou o último dia prestando depoimentos a autoridades policiais, judiciais e ministeriais da Espanha, sendo estas últimas representantes do poder Executivo local. Após as oitivas, Gutierrez foi liberado hoje para retornar para casa.

O QUE DIZ SUA DEFESA

Em nota, a defesa de Miguel Gutierrez afirma que “o executivo compareceu espontaneamente ante as autoridades policiais e as autoridades jurisdicionais com o fim de prestar os esclarecimentos oportunos”. E também diz que “agora, com o acesso aos autos, Miguel terá a oportunidade de exercer sua defesa de modo técnico”. 

O ex-CEO, ainda por meio de sua defesa, “reitera que jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios, manifestando uma vez mais sua absoluta confiança nas autoridades brasileiras e internacionais”.

Ex-CEO das Americanas - Imagem: Reprodução 

COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA

Segundo informações da Polícia Federal, a fraude visava manipular os resultados financeiros do conglomerado para criar uma aparência falsa de aumento de caixa, resultando na artificial valorização das ações das Lojas Americanas na bolsa de valores.

Com base nos números manipulados, os executivos recebiam bônus milionários por suposto desempenho excepcional e lucravam ao vender as ações infladas no mercado financeiro.

CRIMES IDENTIFICADOS

Diversos crimes foram identificados na investigação, incluindo manipulação de mercado, uso de informação privilegiada (insider trading), associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, os envolvidos podem enfrentar uma pena de até 26 anos de prisão.

AMERICANAS SE DIZ VÍTIMA EM NOTA

“A Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.”



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