O ex-secretário da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Allan Turnowski, foi preso nesta sexta-feira (9) pelo Ministério Público Estadual. Ele é suspeito de organização criminosa e evolvimento com jogo do bicho. O antigo gestor deixou o cargo em março deste ano para se candidatar a uma vaga de deputado federal pelo PL.
As investigações indicam que o suspeito recebia propina do jogo do bicho e integraria uma plano para assassinar o bicheiro Rogério Andrade.
Além de Allan, o ex-chefe do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa, Antônio Ricardo Lima Nunes, também é alvo de uma mandado de busca e apreensão da operação. Ele saiu do cargo para concorrer a uma vaga para a Assembleia Legislativa do Rio, pelo Podemos.
A ação é comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). As solicitações foram expedidas pelo juiz Bruno Rulière, da 1ª Vara Criminal Especializada.
O ex-secretário da Polícia Civil foi preso em continuidade às investigações sobre o delegado Maurício Demétrio, preso, desde 2021, acusado de corrupção na corporação. Ele é suspeito de forjar operações para incriminas adversários, além de participar na morte de contraventor.
CHEFE E SECRETÁRIO DA POLÍCIA CIVIL
Allan atuou como chefe da Polícia Civil entre 2010 e 2011, durante o governo de Sérgio Cabral (MDB) — atualmente preso —, deixando o cargo ao longo da investigação da Polícia Federal sobre um suposto vazamento de uma operação. O caso foi arquivo devido à falta de provas. O delegado sempre negou qualquer irregularidade.
Em 2020, ele retornou ao posto — que foi transformado em uma secretaria do Governo do Rio de Janeiro. Ele permaneceu no cargo até março deste ano, quando se afastou para concorrer ao pleito.
Durante a gestão dele, a pasta inaugurou uma força-tarefa de combate às milícias, que até março contabilizou mais de 1,2 mil presos. Ele também anunciou a reforma de 25 delegacias e criou um prédio para o setor de inteligência da corporação, localizado no Centro do Rio.
OPERAÇÃO NO JACAREZINHO
Foi durante a administração de Allan que aconteceu a operação da Polícia Civil na comunidade do Jacarezinho que provocou a morte de 28 pessoas, em maio de 2021. Apesar de criticado pela ação, ele defendeu a iniciativa.
Mesmo com uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) restringindo operações no Estado durante a pandemia da Covid-19, o número de ações policiais aumentou entre 2020 e 2021.