O Exército Brasileiro anunciou oficialmente que está investigando sete de seus militares suspeitos de envolvimento no roubo de 21 armas do Arsenal de Guerra, localizado em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. Entre esses sete militares, ao menos três podem estar diretamente ligados à retirada e ao transporte do armamento desaparecido.
O prazo para a conclusão do inquérito policial militar é de 40 dias, mas há possibilidade de prorrogação por mais 20 dias. É importante observar que a prisão dos suspeitos pode ocorrer antes do término do prazo, caso as evidências sejam contundentes. Se isso ocorrer, os suspeitos serão transferidos para o 8º Batalhão de Polícia do Exército, localizado na capital paulista.
O Comando Militar do Sudeste mantém ainda 40 militares aquartelados na unidade de Barueri, 13 dias após a descoberta do roubo das armas. Entre esses 40 militares, encontram-se os sete suspeitos de envolvimento no crime. Vale ressaltar que alguns militares estão aquartelados não por serem considerados suspeitos, mas para colaborar com as investigações.
Além disso, 20 militares enfrentam procedimentos disciplinares devido a alegada negligência ou erro de conduta, pois eram responsáveis pela vigilância das instalações no período em que as armas desapareceram. Esses militares receberam formulários de apuração de transgressão disciplinar e estão na fase de defesa, com a apreensão de seus celulares para investigação. Se as falhas forem confirmadas, isso pode resultar em penalidades, incluindo até 30 dias de prisão e impactos na progressão de suas carreiras militares.
É relevante notar que os sete suspeitos de envolvimento direto no desaparecimento das armas não estão incluídos nos 20 militares advertidos administrativamente. Além disso, os 20 militares advertidos não necessariamente estão entre os 40 aquartelados.
Após o sumiço de 21 armas do Arsenal de Guerra, o Exército afirmou que está revisando os procedimentos em suas instalações na Grande São Paulo. Uma das mudanças inclui a nomeação de um novo comandante para a unidade de Barueri, como resultado da exoneração do tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, com sua transferência. O coronel Mário Victor Vargas Júnior foi nomeado como seu substituto.
Até o momento, quatro das armas ainda estão desaparecidas, todas elas metralhadoras de calibre .50. As demais armas foram recuperadas pela polícia do Rio de Janeiro e de São Paulo, indicando suspeitas de que elas poderiam estar destinadas ao crime organizado. Em uma apreensão, oito das armas foram encontradas na Gardênia Azul, zona oeste do Rio de Janeiro, uma área associada a uma narcomilícia vinculada à facção Comando Vermelho. Outras nove armas foram localizadas em uma espécie de lago em São Roque, na região metropolitana de Sorocaba, durante uma operação policial em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Não houve prisões em nenhum dos casos, apesar de confrontos armados ocorrerem durante a apreensão das armas.