A Polícia Civil do Piauí, através da Delegacia de Piripiri, com o apoio da Polícia Militar de Campo Maior, cumpriu na manhã desta quinta-feira (01) a prisão de Luís Pereira dos Santos, mais conhecido como “Falso Profeta”, no município de Cocal de Telha, região norte do Piauí,
A ação foi realizada por volta das 5h40, em um terreno de 32 hectares, chamado de “Terra Prometida”, local onde o suspeito mora com mais de 80 seguidores em 16 casas, desde o ano passado. Luís é acusado de registrar em cartório filhos que não eram seus, estelionato, favorecimento de exploração sexual de uma criança, e outros crimes que estão sendo apurados.
Segundo informações obtidas pela reportagem, foi apreendida a quantia de R$ 3.000,00 reais em dinheiro, notebooks, celulares, pen drives e documentos, que serão analisados na investigação, e foi ainda cumprida uma intimação com medidas cautelares para a sua esposa. Segundo a Polícia, o suspeito não esboçou reação no momento da prisão e foi levado para a Delegacia Regional de Piripiri.
A delegada Kamila Martins, da DEAM de Piripiri e responsável pela delegacia de Capitão de Campos, é quem está conduzindo as investigações. Em junho do ano passado, em entrevista exclusiva para o Repórter Helder Felipe, Luís negou todas as acusações.
Denúncia do Ministério Público
O Ministério Público do Piauí determinou em junho de 2021 uma investigação após ser informado que ele estaria mantendo 23 crianças em cárcere privado e em situação análoga à escravidão.
As denúncias afirmam que as crianças são naturais também de outros municípios, e que mães que vivem no local não teriam o direito de escolher o nome dos próprios filhos, além de determinar com quem as pessoas deveriam se casar. Um grupo de pessoas que deixaram de acompanhá-lo são os responsáveis pelas acusações.
Histórico do “Falso Profeta”
Em 2012, ele virou notícia nacional após anunciar o fim do mundo naquele ano. Na época, morando em Teresina, ele afirmava que tinha recebido a mensagem de um anjo falando do que iria acontecer, foi então que muitas pessoas começaram a segui-lo, largando seus empregos e vendendo seus bens para dar dinheiro ao autodenominado “profeta”.
Depois do horário marcado para o fim do mundo, ele foi tirado de sua casa pela tropa de choque da Polícia Militar do Piauí, que impediu seu linchamento. Após isso, ele chegou a ser preso sob acusação de estelionato e de que teria envenenado e causado a morte de duas pessoas “por sangue de rato”, mas foi solto e se mudou para o município de Campo Maior, levando consigo vários seguidores.