A família da estudante Jennifer Cartney da Silva, de 21 anos, assassinada com um tiro no pescoço, na noite da última sexta-feira (03), na loja de celular onde trabalhava no bairro Três Andares, autorizou a doação de suas córneas. A captação aconteceu durante a realização da perícia no corpo da jovem no Instituto Médico Legal de Teresina (IML).
De acordo com Lourdes Pereira, coordenadora da Central de Transplantes do Piauí, os órgãos serão transplantados até terça-feira.
“Quando retiramos as córneas, são feitos todos os exames e processados em um banco de olhos. Possivelmente estaremos fazendo o transplante no início da semana”, explicou Lourdes. A escolha do paciente que vai receber as córneas é rápida, de acordo com a coordenadora. “Chamamos o paciente, que faz um pequeno exame pré-operatório”, afirmou, destacando que provavelmente será alguém do interior do Estado.
O procedimento para a doação, segundo a Central de Transplantes, é o mesmo de qualquer outro órgão do corpo humano, como rins e coração. “O processo é o mesmo. A família assina o termo de doação na presença de testemunhas para que seja feita a retirada”, informou.
“No IML tem um grupo capacitado com assistência social e quando chega um potencial doador, como uma moça jovem como a Jennifer, automaticamente nós somos avisados e fazemos a retirada”, ressalta Lourdes. Só este ano, de acordo com a Central de Transplantes, 90 transplantes de córneas já foram realizados no estado do Piauí.
O crime
Jennifer Cartney da Silva morreu no final da tarde da última sexta-feira vítima de um tiro no pescoço. A primeira informação era de que um celular teria explodido em seu ouvido. O fato aconteceu quando ela saia da loja de assistência técnica Info Cell onde trabalhava, na Avenida Gil Martins, na Zona Sul de Teresina.
De acordo com a Delegacia de Homicídios, um adolescente de 17 anos, suspeito do crime foi apreendido e o dono do estabelecimento pode responder pelo crime. A estudante foi enterrada na tarde de sábado (04).
O menor suspeito do crime que estava recolhido no Complexo da Cidadania, na Zona Sul de Teresina-PI, já foi colocado em liberdade pela Justiça. O adolescente trabalhava junto com Jennifer, onde ocorreu o crime. A arma um revólver calibre 38 pertence ao dono da loja. Em depoimento prestado à Polícia Civil, o menor confessou que apertou o gatilho do revólver, mas que não queria matar Jennifer.