A família do policial civil Jorge Luís Cavalcante Lage, de 55 anos, encontrado morto a tiros no início da manhã desta sexta-feira, em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio, soube do crime pela TV. Um irmão do inspetor, morador de Niterói, na região Metropolitana, assistia ao noticiário quando ouviu o nome de Jorge. Imediatamente, ligou para a mulher do policial e ela contou que passara a noite ligando para o celular do marido, sem conseguir. A família, então, decidiu se reunir e ir para o local onde estava o corpo: na Rua Conselheiro Galvão, próximo à linha férrea.
- Não entemos nada. Meu irmão era uma pessoa boa, que se dava com todo mundo. Um policial honesto. Adiou a aposentadoria porque não queria perder os benefícios, já que a filha (de 18 anos) está prestes a entrar na faculdade - contou Aliece Cavalcante Arthur, de 58 anos.
Segundo informações de parentes, Jorge Luís estava no reforço do plantão da 40ª DP (Honório Gurgel), onde era lotado. No caminho para casa, no bairro de Turiaçu, também na Zona Norte, decidiu parar num bar para tomar uma cerveja com um amigo, o mecânico Amaro Bastos, de 52 anos. O inspetor deixou o local às 21h40m, dizendo que ia para casa jantar. Ele dirigia seu Santana prata. Segundo informações do 9º BPM (Rocha Miranda), nas proximidades do Viaduto de Rocha Miranda, o policial foi rendido e os bandidos, depois de descobrirem que a vítima era policial, teriam decidido matá-lo.
Os criminosos fugiram no carro de Luís, encontrado alguns metros depois, na Avenida dos Italianos. Agentes da Divisão de Homicídios tentam conseguir imagens de câmeras de comércios próximos para tentar identificar os suspeitos. Além do carro, a arma do inspetor e o celular dele foram roubados.
- A arma ficava numa pochete, encontrada vazia perto do corpo - disse Leandro Cavalcante Arthur, de 35 anos, sobrinho de Luís.
Segundo ele, a área onde ocorreu o crime é conhecida pelo abandono:
- Além disso, é cheia de "cracudos".
O Santana de Luís foi periciado. O corpo do policial seguiu para o Instituto Médico-Legal (IML). Não há informações sobre local do enterro.
De acordo com o delegado Clemente, da Divisão de Homicídios (DH), a hipótese principal é a de que os bandidos mataram Jorge Luís depois de descobrir que ele era policial. Na tarde desta sexta-feira, o delegado ouve parentes e amigos do inspetor.