A família de uma menina de 12 anos que supostamente foi estuprada presenciou o "julgamento" do suspeito antes da operação policial que resultou em nove mortes e cinco presos na noite de ontem (11) em Várzea Paulista (a 54 km de SP).
De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública, a PM foi acionada após o setor de inteligência da Rota (grupo de elite da PM) receber uma denúncia anônima informando o local onde um homem suspeito de estupro seria julgado por um "tribunal do crime".
Um dos mortos na ação era, segundo a PM, o suspeito que estava sendo "julgado" pelo bando. Ele pode ter sido morto antes da chegada da Rota.
A PM diz que a suposta vítima, a mãe dela e o irmão estavam na chácara e presenciaram o "julgamento" do suspeito. Segundo a polícia, foi o irmão da vítima quem pediu ajuda aos criminosos para punir o suspeito.
Os "tribunais do crime" são considerados uma prática da facção criminosa PCC para evitar que alguns casos atraiam a atenção da polícia e atrapalhem as atividades criminosas da facção. Um grupo formado por membros da facção "julga", "condena" e "executa".
Segundo a PM, os outros oito mortos eram ligados à facção criminosa, supostamente o PCC, e foram baleados após reagirem a tiros à chegada de dez equipes da Rota. Nenhum dos 40 policiais se feriu.
O número de mortos na operação de ontem é o maior em uma ação da polícia paulista desde junho de 2006, quando 13 suspeitos --também acusados de ligação com o PCC-- foram mortos pela Polícia Civil em São Bernardo do Campo (Grande ABC).
Na ocasião, a informação era que o grupo faria um ataque contra agentes penitenciários. O episódio ocorreu no auge dos atentados da facção criminosa a policiais e unidades de segurança pública.