A Polícia Civil de Guararapes (SP) afirma que as filhas que organizaram pelo WhatsApp o assalto ao próprio pai se passaram por vítimas no dia do assalto para não levantarem suspeitas sobre elas.
A polícia já terminou o inquérito e encaminhou para o Ministério Público. “Elas foram feitas vítimas e tinha tudo orquestrado, combinado para se passarem de vítimas e não chamarem atenção dos familiares para achar que não havia participação delas”, afirma o delegado Alessander Lopes.
De acordo com a polícia, as investigações chegaram até as duas filhas do comerciante por causa de informações que apenas familiares tinham sobre a casa.
“A polícia chegou até elas porque tudo demonstrava que alguém da casa tinha planejado. Por causa de um fundo falso do armário, que essa informação saiu de pessoas que conheciam a casa. Porque os assaltantes foram direto no fundo falso do armário, aí desconfiamos de alguém estar envolvido dentro da casa, porque ninguém mais sabia do fundo falso, onde estava as joias e as armas da vítima”, afirma o delegado.
As investigações apontaram que os ladrões levaram mais de R$ 15 mil em dinheiro, três armas, bijuterias e joias, avaliadas em mais de R$ 40 mil, de acordo com a polícia. Seis pessoas foram presas envolvidas no assalto. Segundo a polícia, os ladrões não dividiram com as jovens, filhas do comerciante, o dinheiro roubado, como tinha sido combinado antes do crime.
O CASO
O roubo aconteceu no dia 27 de março, mas só na sexta-feira (29) a polícia esclareceu que o crime foi arquitetado por duas filhas do comerciante, uma de 21 e outra de 17 anos.
Primeiro, criminosos armados invadiram a casa do comerciante, fizeram ele e e as filhas reféns, inclusive uma outra filha dele, de 14 anos. Eles agrediram a vítima com coronhadas e roubaram o dinheiro que estava no cofre da casa.Segundo a polícia, a quadrilha foi organizada pelas jovens. As principais provas foram encontradas nos celulares delas. De acordo com a polícia, tudo foi combinado entre as duas e os assaltantes por mensagens.Em uma delas, um dos criminosos diz que se o pai dela atirasse, ele iria atirar também.
“A filha mais velha criou o grupo e era a administradora. Por meio de um amigo dela, ela chamou indivíduos com passagem pela polícia e foi combinado assalto na sua própria casa”, afirma o delegado Alessander Lopes. A polícia acredita que o roubo foi planejado durante 40 dias e colocado em prática no fim do mês passado. Segundo as investigações, as jovens mandaram fotos do cofre onde o comerciante guardava o dinheiro. Elas também enviaram um mapa da casa, para facilitar a entrada dos assaltantes.
Ainda de acordo com a polícia, na noite do crime a filha mais velha chegou a dopar os cães da família para que não fizessem barulho e ainda incentivou violência contra o pai.
Durante o roubo o comerciante levou chutes, socos e várias coronhadas na cabeça. Segundo a polícia, as jovens disseram em depoimento que cometeram o crime porque o pai teria pego um dinheiro delas que estava em uma poupança e não queria devolver.
“A filha mais velha confessou e noticiou todo o fato e deu nome aos demais coautores do roubo”, afirma o delegado.Parte dos produtos foram recuperados pela polícia. Os assaltantes e a filha mais velha foram indiciados por roubo qualificado e corrupção de menor.O inquérito vai ser encaminhado para a Justiça da Infância e Juventude por causa do envolvimento da menor. Segundo a polícia, o pai negou que tenha pego dinheiro das filhas. As investigações continuam e um suspeito está foragido.