A polícia de Matão, a 305 km de São Paulo, identificou um suspeito de fazer ameaças a um grupo de padres na cidade. Ele é filho de uma voluntária da igreja, e usava a internet para mandar as mensagens. O rapaz vai responder ao processo em liberdade.
Seis padres da cidade foram ameaçados durante um mês. ?Os acusaram como responsáveis por ter tirado um padre de uma outra paróquia?, contou o padre Marcos Pião.
Com medo, eles registraram um boletim de ocorrência. As ameaças foram feitas por e-mail. Já no título, estava escrito ?seus dias estão contados?. No texto, o suspeito dizia para os padres desaparecerem da cidade. Caso contrário, a ameaça: ?tudo isso vai ter volta e será terrível?.
Em outro e-mail, a pessoa faz novas ameaças, dessa vez sobre possíveis denúncias. A investigação da polícia e a quebra do sigilo na internet levaram a polícia ao autor das ameaças, um rapaz de 26 anos que não quis falar sobre o assunto.
A mãe do jovem, que é voluntária na igreja, disse que ele fez isso porque ela ficou com a saúde debilitada depois da saída de dois padres da paróquia do bairro. ?Achou que fazendo essas pressões todas aí, os padres poderiam ficar com medo e não fazer mais nada, ou então algum deles ir embora e acabar com essa situação?, contou a dona de casa Jesuína de Sousa Honorato.
Para a polícia, o rapaz confessou as ameaças. Mas apresentou uma outra justificativa: disse que foi estimulado pelo administrador da igreja, que ainda vai prestar depoimento. Eles não teriam aprovado a saída dos padres. ?Ele vai ser processado a princípio por ameaça, acredito que se apure também o constrangimento ilegal, e por enquanto em liberdade?, explicou o delegado Alfredo Gagliano Júnior.