O fisiculturista Igor Porto, indiciado por matar a esposa após espancá-la, denunciou ter sido agredido dentro do presídio de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da Capital, onde está detido. Segundo a defesa de Igor, ele foi agredido por quatro policiais penais após passar por uma audiência de custódia.
A Diretoria Geral de Polícia Penal (DGPP) informou, em nota, que abriu um procedimento administrativo para apurar a denúncia de Igor. As supostas agressões ocorreram na última segunda-feira (20). De acordo com a defesa de Igor, o superintendente de segurança do presídio comunicou aos advogados sobre as agressões e garantiu a segurança do indiciado.
A defesa afirmou que Igor foi agredido com socos e chineladas pelos policiais. O pedido de soltura feito por sua defesa foi negado, e Igor permanece preso.
INDICIAMENTO
Igor Porto foi indiciado por espancar e matar sua esposa, Marcela Luíse, que morreu por traumatismo craniano após 10 dias de internação em estado gravíssimo. Além do traumatismo craniano, Marcela sofreu politraumatismos, chegando ao hospital com a clavícula e oito costelas quebradas. Ao levá-la ao hospital, Igor afirmou que ela havia caído e se machucado.
Igor foi preso em 17 de maio. Seus advogados lamentaram a morte de Marcela e entraram com um pedido para que a prisão preventiva fosse substituída por outras medidas cautelares, o qual foi negado.
INVESTIGAÇÃO
A morte de Marcela foi confirmada na última terça-feira (21). A delegada Bruna Coelho, responsável pelo caso, afirmou que Igor tinha a intenção de matar a companheira ao espancá-la.
"Não há dúvidas de que a intenção dele era realmente matar a companheira. Pelos elementos que colhemos, observamos que as lesões são totalmente incompatíveis com uma queda da própria altura, chegando o perito médico legista a dizer que são compatíveis até mesmo com acidentes automobilísticos", afirmou a delegada.
O QUE DIZEM AS TESTEMUNHAS
Bruna Coelho também disse que o perfil de Igor é de uma pessoa manipuladora, controladora e com histórico de traições no relacionamento com Marcela.
"Após ouvir várias testemunhas, traçamos o perfil de uma pessoa manipuladora, controladora, que mantinha vários relacionamentos extraconjugais, inclusive com o conhecimento e imposição à companheira. Entre outras provas, chegamos à conclusão de que ele é o suposto autor do crime", disse a delegada.
As testemunhas próximas ao casal relataram à polícia que Marcela era frequentemente vista com feridas, hematomas nos olhos e até mesmo perda de dentes. Segundo as testemunhas, ao ser questionada sobre as feridas, Marcela sempre evitava o assunto.
A polícia ainda não determinou uma motivação específica para as agressões cometidas em 10 de maio, quando Marcela foi levada ao hospital. Segundo a delegada, todas as pessoas do convívio do casal sabiam da forma fria e agressiva como Igor tratava a vítima.
NOTA DA DEFESA NA ÍNTEGRA
A defesa de Igor Porto Galvão lamenta profundamente a morte de Marcela Luise e continuará se pronunciando apenas em relação às investigações. Sobre a decretação da prisão preventiva de Igor, a defesa alega que não estão presentes os requisitos para tal medida, como garantia da ordem pública, garantia da instrução criminal ou assegurar a aplicação penal.
"Explico: Igor possui profissão lícita, é nutricionista e educador físico, tem endereço fixo, é primário, e em momento algum interferiu no bom andamento da investigação. Pelo contrário, ele autorizou a perícia em sua residência fora do horário regular, que resultou inconclusiva. Importante salientar que o advogado de Igor já havia se apresentado na Delegacia e colocado Igor à disposição da Autoridade Policial. Até o momento, Igor não foi ouvido.
A defesa vai entrar com os pedidos cabíveis para que a prisão preventiva seja substituída por medidas cautelares diferentes do cárcere. Toda e qualquer manifestação adicional será feita preferencialmente nos autos processuais. Reiteramos nossa total confiança no Poder Judiciário para a elucidação do caso, buscando sempre a preservação dos incisos LV e LVII, art. 5º, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988."