Na manhã desta segunda-feira (29), o professor de jiu-jítsu Márcio de Oliveira Barreto, de 54 anos, foi preso após ser denunciado pela ex-mulher por mantê-la refém e agredi-la brutalmente, durante seis horas, dentro de um carro, no Rio de Janeiro. A vítima, a fisioterapeuta Adriana Freitas Barreto, 48, relatou que foi espancada, enforcada, xingada e teve dedos e punhos torcidos.
A prisão do agressor aconteceu graças aos policiais da 27ª DP (Vicente de Carvalho). Márcio Barreto foi encontrado em casa, no bairro Quintino Bocaiúva, na zona Norte do Rio. O caso aconteceu na última sexta-feira (26), e a tortura acabou após Adriana se jogar do automóvel em movimento.
“Quando eu me joguei do carro, ele não estava em alta velocidade porque já estava clareando, já devia ser umas seis horas da manhã e já tinha gente na rua. Eu abri a janela e comecei a gritar: "Socorro, socorro". Aí um monte de gente começou a olhar. Acho que foi isso que assustou ele. Foram seis horas de tortura, de meia-noite às seis da manhã. Achei que ele ia me matar”, contou Adriana à reportagem do Globo.
No dia, Adriana estava numa festa de amigos em Vicente de Carvalho, na Zona Norte da capital, e, segundo ela, quando viu Márcio, ligou para uma pessoa para pedir que a buscasse. O professor de jiu-jítsu, então, se aproximou da fisioterapeuta e pegou o celular das mãos dela. Pediu para que os dois conversassem. Adriana concordou. Mas, quando os dois se afastaram, o comportamento dele mudou. De acordo com a mulher, o ex- marido a jogou no chão e começou a agredir com chutes e pontapés.
Conforme o relato da vítima, Adriana foi colocada no carro de Márcio, que seguiu para a Região Serrana. Ele parou num motel em Teresópolis e tentou estuprá-la. Depois, o homem decidiu voltar para o Rio. Na altura de Belford Roxo, ela aproveitou que o carro estava desacelerando e se jogou no asfalto, socorrida em seguida por frentistas de um posto de gasolina próximo.
“Era estrada de serra, então não tinha ninguém, não tinha nem onde eu me abrigar. Então, quando comecei a ver movimentação de gente, eu gritei socorro. Acho que ele se assustou, (ficou com medo) de alguém ir atrás dele, e foi diminuindo a velocidade. Aí eu saltei do carro e fui direto no posto. E foi a única oportunidade que eu tive de correr”, disse ela ao Globo.
Adriana e o suspeito foram casados por 25 anos e estão separados há um ano e meio. De acordo com a mulher, o ex-marido não aceita seus novos relacionamentos. A fisioterapeuta já tinha uma medida protetiva contra ele, obtida no ano passado após o mesmo ter invadido o apartamento dela e tentado roubar seu celular duas vezes, além de espancá-la.
Na manhã desta segunda-feira, Adriana passou por exame de corpo de delito no IML - Instituto Médico-Legal. As marcas das agressões continuam em seu rosto e sem seu corpo. A fisioterapeuta afirmou que tem recebido o amparo da família e de amigos. Marcio responderá por lesão corporal, tentativa de estupro, sequestro e descumprimento de medida protetiva.