Força Nacional acha o 3º túnel no 10º dia de rebelião em Alcaçuz

Presos estão rebelados desde o sábado (14); governo constroi muro

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Um túnel foi encontrado na área externa próxima ao pavilhão 5 da Penitenciária Estadual de Alcaçuz. Policiais da Força Nacional descobriram a escavação na manha desta segunda-feira (23). Alcaçuz fica em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal.

Este é o terceiro túnel encontrado em menos de dois dias em Alcaçuz, onde presos de duas facções disputam o poder dentro da unidade. De um lado, ocupando a área dos pavilhões 4 e 5, estão membros do PCC. Do outro, nos pavilhões 1, 2 e 3, estão detentos que fazem parte do Sindicato do RN. Antes do início dos conflitos, a penitenciária tinha 1.150 presos. Já no presídio Rogério Cutinho Madruga, que é o pavilhão 5, estavam outros 350.

No final de semana passado pelo menos 26 presos foram mortos. Na quinta (19), após novo enfrentamento em Alcaçuz, muitos presos ficaram feridos. A PM confirma que há novos mortos dentro da unidade, mas não informou o número. Neste sábado, enquanto um muro de contêineres era posicionado dividindo as facções, equipes do Instituto Técnico de Perícia (Itep) encontraram e recolheram duas cabeças, um antebraço, um braço e uma perna

Os presos de Alcaçuz estão rebelados desde o sábado (14). Lá, detentos circulam livremente dentro da unidade desde março de 2015, quando ocorreram uma série de rebeliões em presídios do estado. Na manhã desta segunda, é possível ver que detentos continuam no telhado.

Túneis

Um dos túneis encontrados neste domingo (22) teria aparecido após parte da areia desabar em decorrência das chuvas que caíram ao longo de todo o dia. O outro estava camuflado com mato, e a polícia não sabe se ele teria sido usado para fugas durante as rebeliões.

Muro de contêineres

Os contêineres, cada um com 12 metros, darão lugar a um muro de concreto de 90 metros de extensão. Ainda de acordo com o governo, a construção deste muro permanente levará 15 dias.

Presos soltos e armados

Para a Polícia Militar, a missão de separar os presos com o muro objetiva "preservar vidas". Foi o que disse o comandante geral da corporação, coronel André Azevedo, em entrevista no final da tarde do sábado após a primeira fileira de contêineres ficar pronta. Apesar disso, os detentos permanecem soltos e armados.

Ainda durante a entrevista, o comandante destacou que caçambas recolheram uma grande quantidade de entulhos e muitas barras de ferro que eram usadas como armas pelos presos. Mas, não deu prazo para que o Estado faça uma intervenção em busca de armas de fogo e armas brancas.

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