Policiais de Santa Maria encontraram fotos que desmentem o depoimento do sócio da boate Kiss, Elissandro Spohr, o Kiko. Ele afirmou em uma entrevista ao "Fantástico", da Rede Globo, que a banda Gurizada Fandangueira, que tocava na casa noturna quando começou o incêndio que deixou ao menos 238 mortos, não havia usado fogos em shows anteriores na casa.
"A banda nunca falou comigo sobre isso [show pirotécnico]. Eu nunca autorizei isso. Faz dois anos, eu acho, que a banda toca lá [na Kiss]. Eu vi no mínimo 30 shows deles. Nunca fizeram isso, nem na Kiss. Vi shows deles em outros lugares, eles também nunca usaram isso. Se eu soubesse que iam usar, não deixaria", afirmou.
As imagens foram encontradas durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na casa de sete integrantes e pessoas que trabalhavam para a Gurizada Fandangueira. As fotos encontradas mostram integrantes da banda fazendo shows pirotécnicos na boate.
O empresário ainda afirmou que, no dia do incêndio, cerca de 700 pessoas participavam da festa na boate. O advogado de Spohr, Jader Marques, afirmou que o cliente não sabia qual era a capacidade máxima de pessoas na casa noturna. "Ele nunca recebeu dos bombeiros, da prefeitura ou de quem quer que seja uma limitação quanto ao número de pessoas da casa", afirmou.
Um vídeo divulgado na internet mostra como eram os efeitos pirotécnicos nos shows da Gurizada. Imagens publicadas em maio de 2011 exibem o uso de fogos de artifício na frente do palco. As faíscas sobem até cerca de 2 metros de altura. Durante a mesma apresentação também foram usados efeitos de fumaça.
No perfil da banda no Facebook, eles se apresentam como um grupo inovador e com uma identidade exclusiva por usar "efeitos visuais e pirotécnicos, os quais fazem toda a diferença."