Quatro assaltantes que explodiram uma fábrica de joias em Cotiporã, na Serra do Rio Grande do Sul, atravessaram um rio a nado para conseguir fugir do cerco da polícia. Mesmo após confirmar que os homens conseguiram escapar, a Brigada Militar seguirá com efetivo reforçado na região para dar segurança aos moradores.
?Eles atravessaram um rio na parte mais inóspita e passaram para o outro lado. Nosso cerco estava mais nas vias vicinais e de acesso. Sabíamos que o rio, à noite, poderia ser uma rota de fuga, mas não temos equipamentos noturnos, monitorávamos com barco. Nosso objetivo é garantir a estabilização emocional da população local?, disse o subcomandante-geral da Brigada Militar, Coronel Altair de Freitas.
Os homens seguiram pela região rural de Cotiporã e entraram em uma casa na Linha São Luiz, em Bento Gonçalves, na madrugada desta quarta-feira (2). Integrantes de uma família foram amarrados e um homem foi feito refém durante a fuga. Eles seguiram para São Vendelino com dois carros da família assaltada até serem resgatados por um comparsa em um Nissan Tiida vermelho com placas DDU-8446, de Sapucaia do Sul, e fugiram na direção de Porto Alegre por volta das 4h.
Segundo a Brigada Militar, os homens encapuzados, sujos de barro e armados com fuzis entraram na casa e fugiram nos dois carros da família: um Escort e um Chevette. Durante a fuga, o Escort teve o pneu furado, e o Chevette estragou.
O refém, de 42 anos, foi levado ao hospital para receber medicamentos. Ele sofre de hipertensão. Ele prestará depoimento na delegacia de polícia de Bom Princípio. O restante da família que foi amarrada será ouvida em Bento Gonçalves.
Apesar da fuga, a Brigada Militar acredita que a prisão dos homens é questão de tempo. ?Isso é de menos importante. Estão todos identificados, estamos trabalhando na busca?, disse.
O drama na cidade de Cotiporã começou às 2h de domingo, quando os assaltantes explodiram uma fábrica de joias. As imagens das câmeras de segurança mostram o momento das detonações e depois os homens recolhendo pacotes espalhados pelo chão. Na fuga, o grupo rendeu cerca de 30 pessoas que estavam num bar, em frente à fábrica, e fugiu levando reféns.
No caminho, eles foram surpreendidos pela Brigada Militar. Na troca de tiros, dois policiais ficaram feridos e três criminosos morreram. Entre eles, o homem mais procurado pela polícia do estado: Elisandro Rodrigo Falcão. A suspeita é que ele tenha comandado diversos ataques a bancos com explosivos no estado este ano.
Os assaltantes, que conseguiram fugir com duas reféns, invadiram uma casa e levaram mais sete pessoas. O grupo se escondeu na mata. Os reféns só foram encontrados na noite de segunda-feira (31), mais de 10 horas após serem capturados.
A Brigada Militar fazia buscas na região desde domingo, inclusive com equipes entrando na mata em busca dos assaltantes. As vias de acesso da cidade também estavam sendo monitoradas.