A Polícia Civil da Paraíba investiga se a morte de um adolescente de 17 anos em Sobrado, Zona da Mata paraibana, aconteceu por conta de uma luta informal na tarde da terça-feira (23). Segundo o delegado Fred Magalhães, responsável pelas investigações, o rapaz acompanhado de mais dois, de 14 anos, lutavam MMA (uma luta que inclui técnicas de várias modalidades) quando desmaiou e foi levado para o Hospital Regional de Sapé, também na Zona da Mata do estado. De acordo com o delegado, a equipe médica ainda tentou reanimar a vítima, mas não obteve sucesso. Uma "gravata" teria causado a morte.
O delegado explicou que caso o laudo do Instituto de Polícia Científica (IPC), previsto para sair em até 15 dias, aponte o golpe como a causa da morte, os adolescentes serão autuados por "infração semelhante a homicídio culposo", quando não há intenção de matar. As investigações dão conta de que o grupo se reunia todo fim de tarde, há cerca de seis meses, para lutar.
?Contra os adolescentes que estavam brincando com a vítima, não há nenhum tipo de infração que já tenham cometido. Creio que eles não tiveram a intenção da matar o rapaz. Todos se conheciam desde a infância e eram muito amigos?, disse Magalhães, que informou ainda que a morte do adolescente foi descoberta pela polícia ?por acaso?.
?Um dos nossos agentes de investigação, que estava dando plantão na Delegacia de Sobrado, teve um um pico hipertensivo quando procurou o Hospital Regional de Sapé. Ao passar por uma sala, se deparou com o corpo da vítima, um rapaz forte, de aparência saudável, e perguntou a causa da morte a um dos funcionários do hospital. Percebendo a gravidade do caso, dei início às investigações?, relatou o delegado.
Parentes contaram à polícia que a vítima não tinha histórico de doenças cardíacas o similares. ?Esses relatos aumentam ainda mais a possibilidade de a luta ter provocado a morte do adolescente. No entanto, é bom pontuar, só o laudo é que vai afirmar o que causou a morte dele", ressaltou.
Na manhã desta quarta-feira (24) os adolescentes serão apresentados ao Ministério Público estadual. ?Creio que apreensão dos jovens está descartada, já que eles se apresentaram espontaneamente e não há nenhuma conduta da parte deles que justifique a medida?, disse.
O G1 tentou entrar em contato com a direção do Hospital Regional de Sapé Sá Andrade, para onde o adolescente foi levado, para obter mais informações sobre os procedimentos médicos adotados, mas as ligações não foram atendidas.