A família de Sophie Zanger, 4 anos, que morreu com suspeita de espancamento, vai hoje à 36ª DP (Santa Cruz) pedir que o irmão dela, R., 12 anos, preste novo depoimento. O garoto contou ao pai, o austríaco Sascha Zanger, 39, que mentiu na primeira vez em que foi ouvido porque teria sido ameaçado por uma prima.
Na ocasião, ele afirmou ter sido o responsável pelos hematomas na garota. ?Como iria provar que não era eu? A minha prima ficou falando que era. Cada vez ela gritava mais, dizendo que eu tinha machucado a S. Então, comecei a falar que tinha sido eu?, contou R.. Foi ele que encontrou, no dia 12, a irmã caída no banheiro da casa da tia materna, Geovana dos Santos Viana, em Santa Cruz, onde os dois moravam junto com a prima que teria feito as agressões.
A menina foi levada por vizinhos para a UPA de Santa Cruz, onde deu entrada com traumatismo craniano, hematomas e pulsos quebrados. Ela ficou em coma uma semana. Os médicos não acreditaram na versão de R., que também tinha lesões no corpo, e encaminharam o caso à polícia.
Os irmãos nasceram na Áustria, mas estavam morando no Brasil há dois anos. Eles chegaram com a mãe, a brasileira Maristela Zanger, 40, que sofre de distúrbios mentais e há três meses está desaparecida. Sascha acusa Geovana de ter expulsado a irmã doente de casa e se aproveitado da pensão das crianças. A tia conseguiu a guarda com a alegação de que os sobrinhos estavam abandonados. Maristela ficou casada com Sascha nove anos. Separados em 2006, o casal tinha a guarda compartilhada.
?Fiz tudo para ela ficar na Áustria. Coloquei eles num apartamento de 95 metros quadrados e pagava pensão de 1.440 euros. Agora, tenho sete dias para mandar minha filha embalsamada para o país dela?, afirmou Sascha.