No aniversário de 27 anos, o goleiro Bruno Fernandes recebeu a visita da noiva Ingrid Oliveira na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com o advogado Francisco Simim, que se apresentou como defensor do jogador, Ingrid pode conversar com Bruno durante 20 minutos na manhã desta sexta-feira (23), na presença de uma assistente social. Ainda segundo o advogado, ele não recebeu nenhum tipo de presente, porque não é permitido.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Defesa Social informou que não houve um pedido de visita assistida para o goleiro para esta sexta-feira. De acordo com a assessoria, todos os detentos têm direito de receber neste sábado (24) e domingo (25) a visita das pessoas que estão cadastradas e que, por essa razão, não há nenhum impedimento para que o goleiro Bruno receba visitantes das 8h às 17h.
Bruno está preso desde julho do ano passado acusado do desaparecimento e morte da ex-namorada Eliza Samudio. Por decisão da Justiça mineira, ele e mais sete réus vão a júri popular.
O Supremo Tribunal Federal (STF) analisa pedido de liberdade para o goleiro. Nesta quinta-feira (22), o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, pediu informações à Justiça mineira antes de dar a decisão. O habeas corpus foi protocolado na quarta (21) e alega ausência de fundamentação na sentença que manteve a prisão preventiva do goleiro.
Como o Supremo está em recesso, quem vai decidir sobre o pedido é o presidente da Corte. Peluso pediu informações ao Tribunal do Júri de Contagem (MG) sobre as razões da manutenção da prisão.
Depoimentos sobre ameaças de morte
Nesta semana, a Polícia Civil retomou depoimentos ligados ao processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, após um detento denunciar a existência de um suposto plano para matar cinco pessoas.
O denunciante, segundo a polícia, acusa Luiz Henrique Ferreira Romão, de apelido Macarrão, o goleiro Bruno e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, de planejar a morte da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que preside o processo; o delegado Edson Moreira, chefe do inquérito; o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Durval Ângelo; o ex-advogado do Bruno Ércio Quaresma; e o advogado José Arteiro, que defende a família de Eliza Samudio.
Em depoimento no Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), em Belo Horizonte, Bruno negou a acusação, segundo o advogado Francisco Simim. De acordo com o defensor, o preso tem a intenção de prejudicar o jogador. Macarrão foi o segundo a depor e disse que não tem participação no suposto plano. A noiva do goleiro e o ex-advogado dele, Ércio Quaresma, prestaram depoimentos voluntários.
O ex-policial Bola, que foi pronunciado por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver, foi o último a ser ouvido pela polícia, nesta quinta-feira (22). Ele também negou as acusações feitas por um detento.
Bruno e Macarrão estão detidos na Penitenciária Nelson Hungria, na Grande BH. Bola está no presídio de São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O delegado Islande Batista informou que uma precatória pode ser enviada para a polícia em Campo Grande (MS), para ouvir o traficante Nem, que foi preso no Rio de Janeiro no dia 10 de novembro e está no Presídio Federal de Campo Grande. Segundo informações do preso que fez a denúncia, Bola teria dito, dentro da Penitenciária Nelson Hungria, ainda quando estava detido lá, que o traficante iria arquitetar o plano para matar as pessoas.
Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus vão a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.
Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.
O goleiro, o amigo Luiz Henrique Romão ? conhecido como Macarrão ?, e o primo Sérgio Rosa Sales vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Sérgio responde ao processo em liberdade. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do caso Eliza Samudio.