Preso acusado do sequestro e morte de sua ex-amante, Eliza Samudio, o goleiro Bruno Fernandes deixou o posto de faxineiro do Presídio Nelson Hungria, em Contagem, Minas Gerais, e assumiu uma nova tarefa, na lavanderia da unidade. Há cerca de um mês, de segunda a sexta, das 8h30 às 15h, ele se dedica a lavar uniformes de outros presos.
A nova tarefa é no esquema de remissão de pena: cada três dias trabalhados representa um a menos na pena. Antes, na faxina, Bruno recebia um salário de R$ 409. Para ir até a lavanderia, Bruno é escoltado por agentes penitenciários desde a cela. Na volta é adotado o mesmo esquema de segurança. As informações são da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), responsável pela administração do presídio.
À espera do julgamento
Bruno está preso desde 2010 na Nelson Hungria. Em novembro de 2012, ele chegou a sentar no banco dos réus do Tribunal do Júri de Contagem, mas seu julgamento acabou remarcado para 4 de março deste ano. Duas pessoas acusadas de participar do sequestro e morte de Eliza Samúdio já foram condenadas: Luiz Henrique Romão, o Macarrão, amigo de infância de Bruno, e Fernanda Gomes de Castro, ex-amante do jogador.
Macarrão pegou 15 anos de prisão pelo sequestro, cárcere privado e homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio. Mas foi poupado da acusação de ocultação de cadáver. Já Fernanda foi sentenciada por cárcere privado e sequestro da modelo e de Bruninho, filho de Eliza com o jogador Bruno. Ela foi condenada a cinco anos em regime aberto.
Quebra de sigilo
Na semana passada, a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, titular do Tribunal do Júri de Contagem, em Minas Gerais, determinou a quebra do sigilo bancário de Bruno. O período da quebra vai de janeiro a julho de 2010, quando o goleiro ainda era remunerado pelo Flamengo. Fora os patrocínios pessoais, Bruno embolsava cerca de R$ 200 mil mensais de salários. O objetivo da menida é tentar rastrear o dinheiro que teria sido pago para bancar o assassinato de Elisa.